Resumo

A prática regular de atividade física (AF) é fundamental no manejo do diabetes tipo 2 (DM2). Contudo, fatores ambientais e sociais podem limitar essa prática, especialmente em regiões com vulnerabilidades estruturais, como o interior da Amazônia.OBJETIVO: Analisar a associação entre a percepção do ambiente da vizinhança e as características dos espaços de lazer com a prática de AF entre adultos com DM2 em Iranduba, AM.MÉTODOS: Estudo transversal de abordagem quantitativa, com 274 adultos diagnosticados com DM2. Utilizaram-se os instrumentos IPAQ-E e PARA para avaliar percepção ambiental e qualidade dos espaços públicos de AF. A prática de AF foi mensurada pelo IPAQ versão longa. Realizaram-se análises descritivas e de associação com significância de p≤0,05.RESULTADOS: Foram auditados 11 espaços de lazer, sendo 8 públicos, majoritariamente concentrados no centro urbano e com baixa qualidade. Apesar de 53,3% dos participantes residirem a até 500 metros de um espaço de AF, essa proximidade não se associou significativamente à prática de AF. Em contraste, a percepção positiva do ambiente esteve associada a maior envolvimento com caminhadas e AF moderada/vigorosa (AFMV). Participantes com melhor percepção ambiental tiveram até 3 vezes mais chances de realizar AF. Barreiras como criminalidade e trânsito intenso foram relatadas; calçadas conservadas e cruzamentos seguros foram destacados como facilitadores. CONCLUSÃO: A percepção do ambiente mostrou-se mais relevante que a presença física de espaços de AF. Estratégias urbanas simples, como melhorias em calçadas, segurança e iluminação, podem promover a AF e beneficiar pessoas com DM2. Esses achados reforçam a necessidade de políticas públicas locais sensíveis às especificidades amazônicas.

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