Resumo

Através do presente trabalho procurou-se desenvolver uma análise biomecânica da articulação do joelho humano no desempenho de suas funções dinâmicas. Foram três os objetivos almejados: a) realizar um estudo dinamométrico da variação do torque isocinético para os grupos musculares flexores e extensores do joelho em função da variação angular e da variação da velocidade angular; b) efetuar comparações entre os desempenhos mecânicos dos movimentos bilaterais (lado esquerdo x lado direito) e entre os grupos musculares antagônicos (flexores x extensores) do joelho; c) determinar a resultante de força do grupo muscular extensor do joelho na situação onde ocorrer o torque rotacional máximo. Participaram da amostra experimental doze atletas do sexo masculino, praticantes de futebol de salão, categoria adulta, da equipe principal da Sociedade Esportiva Palmeiras, de São Paulo. A avaliação dinamométrica foi realizada através de um dinamômetro isocinético tipo Cybex 340 e as características antropométricas foram obtidas através de radiografias do perfil medial do joelho de cada testando. Os testes foram executados para movimentos de flexão e extensão do joelho direito e esquerdo para três velocidades: 60, 180 e 300 graus/s. Foi idealizado um modelo físico-anatômico da articulação do joelho para a determinação indireta da força resultante do grupo muscular extensor, e efetuados os cálculos desta força para o ângulo que apresentou o torque máximo de cada testando. Foram obtidos os seguintes resultados: a) os torques máximos aconteceram para a velocidade de 60 graus/s, resultando num valor médio de 256 N.m +- 16 para os extensores do joelho, isto num ângulo de extensão de 61 graus +- 2 em média; b) os torques máximos diminuíam com o acréscimo da velocidade; c) as potências médias aumentaram com o acréscimo da velocidade; d) a relação torque flexor/torque extensor atingiu 60% +- 2 em média; e) não foram encontradas diferenças significativas (p < 0,05) entre os desempenhos bilaterais; f) a força muscular do grupo extensor do joelho foi calculada em 4718 N +- 263 em média, o que representa aproximadamente 6,3 vezes o peso corporal médio. Os resultados apresentados permitem concluir pela validade e confiabilidade da aplicação do modelo físico-anatômico idealizado para o cálculo de forças musculares internas, respeitadas as suas limitações intrínsecas.

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