Resumo

Este estudo investigou, através da Eletromiografia (EMG) e do torque, a resposta muscular antes, durante e após a execução de ações excêntricas (AE), já que essa resposta induz a adaptações neuromusculares ainda pouco conhecidas. Além das alterações que podem ocorrer ao longo de três sessões de 30 AE, pôde-se avaliar também o reflexo dessas em outras formas de ação muscular (isométrica, concêntrica 60º/s e concêntrica 180º/s). A amostra consta de 15 indivíduos, não treinados, com idade entre 20 e 35 anos, todos do gênero masculino, divididos em 2 grupos, AEV1 (n=7, massa= 86,71kg +/- 12,64, estatura= 179,14cm +/- 6,61), cuja AE foi realizada a 60º/s, e AEV2 (n=8, massa =75,55kg +/- 8,88, estatura= 176,55cm +/- 6,93), cuja AE foi realizada a 180º/s. As avaliações dinamométricas e eletromiográficas foram realizadas antes, imediatamente após, 48h após e 96h após as sessões. Os resultados mostraram que ao final das AEs, ocorre uma queda no torque quando comparado ao início das mesmas. Além disso, há aumento do torque excêntrico ao longo das semanas; imediatamente as AEs ocorre queda no torque isométrico, que é seguida por um aumento, mais evidente na terceira semana; e, ocorre aumento do torque concêntrico entre as semanas, particularmente na mensuração realizada 96h após a terceira AE. Por outro lado, a intensidade do sinal eletromiográfico durante as AEs sofre uma queda na terceira semana para o grupo treinado a 60º/s; não ocorrem alterações no sinal eletromiográfico nas mensurações isométricas; as alterações no sinal eletromiográfico registrado durante as ações concêntricas ocorrem mais no grupo treinado a 180º/s do que naquele a 60º/s. Tais resultados evidenciam que as AEs induzem a alterações tanto elétricas quanto mecânicas nas ACs, mas, em altas velocidades, ocorrem mais alterações elétricas, o que é compatível com uma adaptação neural.

Acessar Arquivo