Resumo

O objetivo principal deste estudo foi avaliar a movimentação e posicionamento da coluna vertebral do velejador durante a postura de escora. Esta pesquisa foi caracterizada como descritiva, exploratória, multicaso e a amostra foi do tipo intencional. Essa foi composta por 3 velejadores selecionados através de contatos com clubes de vela da cidade, a Federação Catarinense de Vela e a Federação Brasileira de Vela e Motor. A pesquisa faz parte do Projeto Performance Humana no Iatismo e teve aprovação no Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da UDESC. Para a aquisição das imagens foram utilizadas quatro câmeras de vídeo do Sistema Peak Motus® com freqüência de aquisição de 60 hz. Para coleta, foi utilizado um barco Laser Standard, que foi elevado à 1,20m de altura para permitir a visualização dos marcadores da coluna. Foram utilizados marcadores reflexivos de 7mm, aplicados em 21 pontos anatômicos do corpo para a reconstrução tridimensional através de DLT. Para a avaliação da coluna foram usados os processos espinhosos de C7, T7, L1, L3 e L5, além das articulações temporomandibulares e trocânteres maiores dos quadris, sendo que os outros reflexivos foram usados para o cálculo do CG. Para o processamento dos vídeos foi utilizado o sistema de digitalização quadro a quadro APASXP ®. Os dados obtidos foram filtrados através do filtro de interpolação cubic spline do próprio sistema. Foram utilizados princípios da estatística descritiva com cálculo de: ângulos e momentos de escora máximos, média, desvio padrão absoluto (em cada execução), desvio padrão médio (entre as execuções) e ângulos e momentos de escora mínimos. Quanto aos valores antropométricos observou-se uma disparidade entre os sujeitos sendo um dos atletas demonstrou-se muito leve. No cálculo do momento de escora obteve-se um valor médio de 796,54±28,58 N.m. No ângulo de flexão da cabeça obteve-se 113,56±2,70º e no ângulo de cifose torácica 154,15±2,92º. Para os dados da lordose lombar os valores médios foram de 170,15±2,98º, para o ângulo de rotação do tronco -3,08±4,05º e para a inclinação do tronco -1,00±3,78º. Por fim, observou-se que o velejador realiza, nos três eixos, uma soma de pequenos ajustes posturais e movimentos durante a escora e que estes podem influenciar na performance do gesto. Com isso demonstra-se que a escora não é uma postura estática, e que estudar esse gesto usando o tronco como um segmento ou haste fixa pode não ser a melhor escolha