Análise Cinemática dos Membros Superiores em Atletas de Rugby em Cadeira de Rodas: Estudo Observacional
Por Alexsandro da Silva Oliveira (Autor), Diego Ramirez (Autor), Luiz Alberto Batista (Autor), Patricia dos Santos Vigario (Autor), Julio Guilherme Silva (Autor).
Resumo
O objetivo do presente estudo foi identificar o comportamento cinemático dos membros superiores (MMSS) de atletas de Rugby em Cadeira de Rodas (RCR) durante a tarefa de propulsão na cadeira de rodas. Neste estudo seccional foi realizada uma análise cinemática bidimensional dos MMSS de 19 atletas de RCR (idade = 31,5 ± 5,6), durante o teste de velocidade de 20 metros (VEL). Foram considerados os seguintes parâmetros: ângulos articulares, classe funcional e o questionário Wheelchair User’s Shoulder Pain Index (WUSPI). A análise dos dados foi realizada com extração de valor de tendência central (média) e valor de dispersão (desvio padrão). As correlações foram verificadas pelo coeficiente de correlação de Spearman e Pearson. As variáveis cinemáticas analisadas estão descritas a seguir: ângulo de impulsão (89,7° ± 18,9), impulsão inicial (31° ± 10,4), impulsão final (66° ± 9,6), ângulo de contato (97,1° ± 3,8), flexão de cotovelo (94,2° ± 13,3), extensão de ombro (66,6° ± 10,6), VEL (7,7s± 2,3) e ciclos de propulsão (16,1 ± 1,4). Foi observado uma correlação significativa entre a Classificação Funcional (CF) e o VEL (rho = -0,70, p < 0,05), assim como entre o tempo de prática de RCR com o VEL (rho = 0,54, p < 0,05). No que diz respeito à identificação do grau de função dos MMSS, os atletas apresentaram boa funcionalidade com uma pontuação média no WUSPI de 17,8 ± 8 pontos. Os atletas de RCR apresentaram um padrão cinemático com poucas variações espaço-temporais. Entretanto, foi possível observar que alguns atletas tiveram melhor desempenho no teste de velocidade, principalmente os atletas com maior tempo de prática de RCR e com CF mais alta.