Análise Cinemática da Marcha em Portador de Escoliose Idiopática
Por Eliane Ramos (Autor), Diogo Cunha dos Reis (Autor), Audrey Cristine Esteves (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 8, n 3, 2006. Da página 85 a -
Resumo
A escoliose idiopática (EI) é uma deformidade estrutural aparente da coluna vertebral, podendo provocar alterações na marcha. Considerando essas alterações, procurou-se descrever as características cinemáticas da marcha em um indivíduo portador de EI, visando comparar o sujeito em dois momentos distintos durante processo reabilitativo. O sujeito de pesquisa foi uma estudante universitária com 25 anos, portadora de EI desenvolvida a partir da infância. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi o sistema de reconstrução tridimensional de movimento DMAS 5.0, da SPICAtek®. Os resultados mostraram que não houve diferenças significativas para as variáveis espaço-temporais, comparando as duas coletas; com relação a dados de indivíduos normais, constatouse diferenças significativas para as variáveis TPD (p=0,015), TPE (p=0,011), TAS-E (p=0,023), CPD (p=0,0000038), CPE (p=0,000014), CPASS (p=0,00090), LP (p=0,049), CAD (p=0,036) e v (p=0,015); ao comparar o sujeito da pesquisa com outros estudos referentes a indivíduos escolióticos, foi possível observar valores superiores para as variáveis TAD-D e TAD-E, e valores inferiores para TBD, TBE, TAS-D, TAS-E, CPD, CPE, CAD e v; com relação à lateralidade, verificou-se assimetria entre as variáveis TAD-D e TAD-E (p= 0,037) na segunda coleta, e entre CPD e CPE em ambas as coletas (C1 p=0,016 e C2 p=0,011). Concluiu-se que o sujeito apresentou comprometimentos na marcha, possivelmente ocasionados pela deformidade estrutural presente na coluna, tendo o mesmo apresentado diferenças para a maioria das variáveis na comparação com indivíduos normais. Quanto ao período de reabilitação, entre as coletas, acredita-se que este não contribuiu para possíveis alterações na marcha.