Resumo
A síndrome da dor femoropatelar (SDFP), comum em mulheres que apresentam o valgo dinâmico, é uma das principais consequências das alterações biomecânicas em membros inferiores. A análise cinética, cinemática e eletromiográfica desses pacientes vem sendo amplamente estudada em atividades funcionais como subir e descer escadas, caminhada, e corrida, entretanto, precisa ser mais discutida em atividades de grande demanda muscular, pois nestas ocasiões podem ocorrer diferentes padrões compensatórios de movimento. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi comparar as estratégias biomecânicas do tronco e membro inferior durante a fase de transição do primeiro para o segundo salto do triplo hop test (THT) em mulheres com e sem SDFP. Quarenta mulheres ativas entre 18 e 35 anos foram divididas em dois grupos: Femoropatelar (GF) e controle (GC). As voluntárias realizaram o THT e as variáveis cinéticas, cinemáticas e eletromiográficas foram coletadas durante a transição do primeiro para o segundo salto. Para a coleta dos dados foram utilizadas oito câmeras infra-vermelho, uma plataforma de força e um eletromiógrafo. As mulheres do GF apresentaram maior pico de flexão anterior e ipsilateral do tronco; inclinação contralateral da pelve; adução e rotação interna do quadril e pronação do pé. Apresentaram também maior momento interno extensor do joelho, abdutor de quadril e joelho, menor atividade muscular do glúteo médio e maior atividade do bíceps femoral durante o ciclo do salto (p <0,05). Os resultados mostram que Comparadas ao grupo controle, mulheres com SDFP apresentam alterações cinéticas, cinemáticas e eletromiográficas durante a fase de desaceleração e aceleração do THT. Além disso, mulheres sintomáticas apresentam diferença no tempo e na sequencia dos picos de amplitude articular