Resumo

O desporto adaptado mostra-se fortemente enraizado no século XX com a criação
dos Jogos Paraolímpicos, caracterizados como uma importante expressão do desporto
competitivo, perdendo apenas para os Jogos Olímpicos em nível mundial. Nesse
cenário, encontram-se Brasil e Portugal como emergentes, que vêm detendo às
atenções da sociedade e mídia. Contudo, apesar da evolução, a falta de informações
coerentes e pesquisas competentes na área do desporto adaptado ainda persistem.
Tal carência gera um atraso no desenvolvimento do Desporto Paraolímpico em
ambos os países, pois oculta a dimensão deste evento. Assim, surgiu o propósito
deste estudo que foi comparar as atuações de ambos os países nos Jogos Paraolímpicos
de Verão em relação à história, número de participações e medalhas conquistadas.
Além disso, descreveu-se a estrutura organizacional do desporto competitivo adaptado
em ambos os países, mostrando os órgãos que dela fazem parte. A pesquisa teve um
caráter bibliográfico, realizada em fevereiro de 2006, no Mestrado de Atividade
Física Adaptada da Faculdade do Desporto da Universidade do Porto, Portugal.
Utilizou-se de dados da Federação Portuguesa do Desporto para Deficientes (FPDD)
e do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) como principais referenciais teóricos.
Verificou-se que no Brasil, o desporto adaptado organizado iniciou 2 anos antes do
que em Portugal, sendo gerido hoje pelo CPB independente do Comitê Olímpico
Brasileiro (COB); em Portugal é a FPDD que faz esse papel, sendo ainda dependente
do Comitê Olímpico Português (COP) e com isso, mais descentralizada.Ambos os
países têm uma trajetória histórica semelhante, iniciando-a nos jogos de Heidelberg
(1972). O Brasil manteve-se constante em todas as edições desde sua 1a participação,
enquanto Portugal ausentou-se 12 anos (1976 a 1980). Em relação à quantidade de
medalhas, Portugal abarcou 75 em 7 edições e o Brasil 138 em 9 edições, com um
aumento em 2004, o que não aconteceu com Portugal. No que concerne ao número
de participantes, Portugal teve um total de 188 atletas (7 edições) e o Brasil um
somatório parcial de 181. Porém, foram consideradas apenas 3 edições brasileiras,
pois não se encontrou na literatura pesquisada o número de atletas nas demais
edições. Portanto, observa-se uma realidade emergente desses dois países no cenário
do desporto adaptado, com um desempenho ligeiramente melhor do Brasil, sendo
necessárias mais pesquisas para desenvolvê-lo em ambos os países no contexto
mundial.

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