Análise Comparativa Entre o Jogador Libero e os Recebedores Prioritários na Organização Ofensiva, a Partir da Recepção Ao Serviço, em Voleibol
Por Paulo V. João (Autor), Isabel Mesquita (Autor), Jaime Sampaio (Autor), Carlos Moutinho (Autor).
Em Revista Portuguesa de Ciências do Desporto v. 6, n 3, 2006. Da página 318 a 328
Resumo
Portugal RESUMO Nos últimos anos as regras do jogo de Voleibol alteraram-se, emergindo a necessidade de serem desempenhadas novas funções no jogo por um jogador especialista, o libero. O objectivo do presente estudo consiste na caracterização da intervenção do jogador libero e dos jogadores recebedores prioritários, na recepção do serviço e na sua associação com o efeito do ataque. Foram analisadas 2099 acções de recepção ao serviço num total de 79 Sets, pertencentes a 12 jogos, realizados por 4 equipas do grupo C da World League 2001 (Portugal, Jugoslávia, Cuba e Japão). O sistema de observação utilizado foi o SOS-vgs adaptado (Moutinho, 1993) referente ao efeito da recepção ao serviço e ao efeito do ataque. Para além da estatística descritiva habitual, recorreu-se ao teste do Qui-quadrado (χ2), para determinar a associação entre as variáveis e a comparação entre os grupos. A fiabilidade da observação, mostrou valores mínimos, intra-observador e inter-observador, respectivamente, de 93,4% e 91,8% para o efeito da recepção e de 93,4% e 91,1% para o efeito do ataque. Os resultados obtidos permitem-nos inferir que houve uma elevada qualidade na recepção ao serviço aquando das acções do jogador libero comparativamente aos recebedores prioritários. Na associação das acções do libero e dos jogadores recebedores prioritários com o efeito do ataque, os resultados foram dissemelhantes entre equipas. Portugal mostrou ser a equipa em que o libero mais se distinguiu pela positiva em relação aos jogadores recebedores prioritários, seguido de Cuba e Japão, sendo que a Jugoslávia não evidenciou diferenças significativas entre os dois grupos de jogadores. O presente estudo veio realçar a influência do efeito da recepção ao serviço no efeito do ataque e as vantagens da utilização de um especialista para esta função, isto é, o jogador libero no Voleibol masculino de elevado nível de rendimento competitivo.