Análise da Concentração de Lactato Sanguíneo e Percepção Subjetiva de Esforço de Jogadores de Futebol Amador em Diferentes Momentos de Uma Partida
Por Everton Alex Carvalho Zanuto (Autor), Rafael Pereira da Silva (Autor), Robson Chacon Castoldi (Autor).
Resumo
Para identificar indicadores de aptidão aeróbia, como o limiar de lactato, limiar anaeróbio, lactato mínimo e a máxima fase estável de lactato, tem se avaliado os índices de resposta da concentração de lactato sanguíneo sobre o exercício. O presente estudo objetivou analisar a concentração de lactato sanguíneo e a percepção subjetiva de esforço de atletas amadores de futebol amador. Foram selecionados 18 atletas, 8 não aceitaram participar do estudo e 3 foram excluídos por critérios de exclusão. Desta forma, a amostra foi composta de 7 atletas de futebol amador masculino (23,1 ± 3,0 anos; 73,8 ± 5,6 kg; 178,4 ± 6,2 cm), todos praticantes regulares de futebol amador (3,85 ± 2,0 horas semanais) e com histórico esportivo desde a infância (13,2 ± 3,8 anos). O peso corporal (kg) e a estatura (m) foram relatados pelos atletas e, com base nessas informações, foi calculado o índice de massa corporal (IMC = kg/m2). As coletas sanguíneas, para determinação da concentração de lactato, foram realizadas em repouso, imediatamente após o final da primeira etapa, imediatamente após o final da segunda etapa da partida, 5 e 15 minutos após o término da mesma. Foram coletados 25µl de sangue do lóbulo da orelha. O sangue foi depositado em tubos de 1,5 mL, contendo 50µl de NaF. Para analisar a Percepção Subjetiva de Esforço (PSE), foram utilizadas as escalas propostas por Borg PSE 6-20 e PSE 0-10 adaptada por Foster. A escala de PSE 6-20 foi aplicada imediatamente ao término da primeira e segunda etapa da partida, e escala de BORG 0-10 foi aplicada após 15 do término da mesma. Foi utilizada a análise estatística descritiva paramétrica e o teste de Shapiro Wilk. A característica da amostra foi descrita em média e desvio padrão. Para assemelhar concentração de lactato e percepção subjetiva de esforço, também foi realizado o teste de correlação de Pearson. A identificação da diferença entre intensidade do primeiro e segundo tempo foi constatada pelo teste T pareado, e o nível de significância adotado foi de 5%. Os resultados revelaram forte correlação entre a média da PSE 6-20 no final do primeiro e segundo tempo com a PSE 0-10, investigada 15 minutos após o final da partida 0,78 (p=0,03). O estudo não demonstrou diferença estatística significativa entre a média de concentração de lactato do primeiro tempo (1,5 ± 0,4) para a do segundo (1,35 ± 0,6) significância (p=0,4). A concentração de lactato foi de 0,54mmol/L; 1,5mmol/L e 1,35mmol/L, respectivamente, em repouso, durante o intervalo, e após o fim da segunda etapa. Conclui-se que, tanto a PSE 0-10 quanto a PSE 6-20, podem ser utilizadas para análise da intensidade de exercício em praticantes de futebol amador. Atesta-se ainda que, no futebol amador a concentração de lactato não é a melhor forma de quantificar a intensidade de esforço, visto que a concentração deste parâmetro foi mínima, estabelecendo-se próxima dos valores basais, e não apresentou correlação significativa com as PSEs relatadas pelos atletas.