Resumo

Os Jogos Olímpicos marcaram um momento histórico, em Paris no ano de 2024, com a participação expressiva de mulheres, quase igualando-se à parcela masculina. Este marco nos faz ponderar se no contexto escolar brasileiro a inclusão das mulheres também estaria se materializando em desdobramentos de outras competições esportivas. No Instituto Federal de São Paulo a etapa estadual dos jogos escolares ocorre anualmente desde 2022, um cenário recente e ainda pouco explorado. Tais jogos contemplam uma categoria, sub-19, com dez modalidades masculinas e femininas (atletismo, basquete, futsal, handebol, judô, natação, tênis de mesa, voleibol, vôlei de praia e xadrez) e o futebol de campo apenas para os homens. Objetivo: Analisar a participação feminina nos Jogos Escolares do Instituto Federal de São Paulo (JIF-SP). Metodologia: Análise documental e quantitativa das inscrições dos estudantes no JIF-SP de 2022 e 2023. Resultados: Os dados apontaram para: a) número total de inscrições femininas inferior à masculina tanto em 2022 (<19,66%) quanto em 2023 (<23,44%); b) mais de 60% das vagas ofertadas às mulheres nas modalidades coletivas não são preenchidas; c) maior discrepância na quantidade de equipes masculinas (M) e femininas (F) na modalidade de basquetebol (2022 – 6F e 14M; 2023 – 3F e 22M); d) maior quantidade de equipes femininas somente no handebol e voleibol em 2022 e em 2023 apenas no vôlei de praia. Conclusões: Identificamos baixa representatividade das mulheres no JIF-SP, sendo a presença feminina escassa em muitas modalidades. É preciso ressaltar que as vagas nas modalidades femininas são ofertadas, mas há uma baixa adesão, o que sugere a necessidade de repensar tais jogos, se o modelo adotado está assentado em estruturas que favorecem mais aos homens do que às mulheres, ou ainda, se mudanças institucionais (outras estruturas, dinâmicas e alterações de regras) poderiam ser mais atrativas e aumentar a participação das mulheres.

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