Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo analisar a percepção de professores que participam de um projeto de inclusão de crianças no futsal a partir da proposta da “não competitividade”. A pesquisa foi realizada a partir de um evento esportivo de futsal que ocorre anualmente na cidade de Porto Alegre no estado do Rio Grande do Sul. Esse evento tem como prática metodológica a inclusão de crianças no esporte. Nesse sentido, a pesquisa também buscou perceber como as crianças estigmatizadas participam das atividades esportivas com os outros alunos, como os professores se sentem participando de um evento que tenha este foco e de que forma eles realizam práticas de inclusão em suas escolas. Partimos da hipótese de que a inclusão dessas crianças terá mais êxito se a atividade esportiva não tiver como objetivo apenas o resultado. A fim de alcançar os objetivos traçados, adotamos a metodologia fundamentada no estudo qualitativo que se desenvolveu a partir da análise do referencial teórico fundamentado em três eixos: inclusão, diversidade e esporte com ênfase na “não competitividade”. Além disso, a pesquisa se valeu de entrevistas realizadas com quatro professores das escolinhas de futsal de Porto Alegre, com a finalidade de analisar a percepção do professor que participa de um projeto de inclusão de crianças no futsal a partir da proposta da “não competitividade”, bem como verificar qual a prática de inclusão adotada em suas escolas. As entrevistas foram analisadas a partir da análise do discurso. Os objetivos e a metodologia nos levaram a responder o nosso problema de pesquisa que consistia em saber: Em que medida a inclusão por meio da “não competitividade” pode contribuir para o favorecimento da inclusão, do reconhecimento da diversidade e diminuição do estigma? Após a análise dos dados, chegamos aos seguintes resultados: foi possível perceber que os professores acreditam que a inclusão por meio de uma metodologia que não tem por fim o resultado da vitória, apresenta um diferencial, ou seja, a valorização do sujeito independente de sua habilidade ou nível técnico. Os professores reconhecem que esse evento com essa ênfase favorece a participação de todos, desenvolve o respeito, integração social e a autoestima. Verificamos que a prática do esporte nesse evento, contribui para a inclusão, para o reconhecimento da diversidade e diminuição dos estigmas. Foi possível constatar que os professores defendem uma filosofia de inclusão fundamentada na cooperação, cordialidade, participação, aceitação da diferença, a elevação da autoestima, autoconfiança, no respeito ao próximo e no compromisso com a dignidade da pessoa.

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