Análise da prevalência de mulheres ativas dependentes da atividade física doméstica para o alcance das recomendações de atividade física, de acordo com doenças cardiometabólicas: Pesquisa Nacional de Saúde 2019
Por Luciana Leite Silva Barboza (Autor), Mario Renato Azevedo (Autor), Danilo Rodrigues Pereira da Silva (Autor), Luiz Guilherme Grossi Porto (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
O atendimento às recomendações de atividade física (AF) está associado a desfechos saudáveis, sendo essencial para a prevenção e controle de doenças cardiometabólicas (DCM). A Organização Mundial de Saúde recomenda que a AF seja praticada em todos os domínios (lazer, trabalho, deslocamento e doméstico), entretanto, as contribuições específicas da atividade física no domínio doméstico (AFD) ainda não estão claras, especialmente em mulheres, que tendem a realizar mais atividade doméstica que os homens, e entre quem apresenta DCM. Objetivo: Comparar as prevalências de mulheres ativas que dependem da AF doméstica (AFD) para o alcance das recomendações de AF segundo a presença ou não de DCM. Métodos: Foram analisados dados de 25.671 mulheres ativas (≥150 min/semana de AF) oriundos da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Foram estimadas as prevalências de dependentes da AFD para alcançar pelo menos 150 min/semana de AF entre quem apresentava ou não o diagnóstico autorrelatado de hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia e obesidade, sendo calculadas Razões de Prevalência (RP), com intervalos de confiança de 95% (IC95%), através de Regressões de Poisson, considerando o nível de significância de 5%, e utilizando o software STATA v.15. Resultados: Das mulheres ativas que apresentavam diagnóstico de DCM, 12,6% com hipertensão, 11,9% com diabetes, 12,5% com hipercolesterolemia e 14,4% com obesidade dependiam da AFD para alcançar as recomendações de AF, enquanto entre seus pares sem o diagnóstico, os respectivos percentuais foram de 11,3%, 11,6%, 11,4% e 10,8%. Comparando as prevalências de mulheres ativas com diagnóstico entre seus pares sem o diagnóstico, não houve diferença em relação à hipertensão (RP=0,98, IC95% 0,84;1,13), ao diabetes (RP=0,91, IC95% 0,72;1,15), e à hipercolesterolemia (RP=1,04, IC95% 0,90;1,21), mas houve com a obesidade (RP=1,29, IC95% 1,12;1,48). Conclusão: As mulheres ativas com obesidade dependem mais da AFD para o alcance das recomendações de AF do que as mulheres ativas sem obesidade.