Resumo

A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é uma medida não invasiva para verificar o comportamento do sistema nervoso autonômico através da gravação dos intervalos RR e análise a partir de índices matemáticos. O treinamento de força pode induzir respostas agudas ao comportamento autonômico, como aumento da atividade simpática e redução da atividade parassimpática durante e após a sessão de treinamento. Além disso, a fase lútea do ciclo menstrual parece induzir uma menor variabilidade, maior atividade simpática e menor atividade parassimpática. Como o acúmulo de metabólitos do treinamento e os diferentes hormônios das fases do ciclo menstrual podem alterar o comportamento autonômico, passa a ser importante estabelecer o efeito de métodos de treinamento no controle autonômico nas diferentes fases do ciclo menstrual. OBJETIVO: O objetivo do trabalho foi analisar a variabilidade da frequência cardíaca de mulheres que não fazem o uso de anticoncepcional, nas diferentes fases do ciclo menstrual antes e após realizar o método de treinamento GVT. MÉTODOS: A amostra foi composta por cinco voluntárias que não fazem o uso de anticoncepcional e com experiência em treinamento de força de pelo menos um ano. Foi realizado um estudo experimental, onde as voluntárias realizaram na fase lútea e na fase folicular, o protocolo Geman Volume Training (GVT) de 10 séries com carga de 80% de 1RM. A coleta dos intervalos RR foi realizada antes, 24 h e 48 h após a realização do protocolo. Foi realizado o teste de normalidade de ShapiroWilk e ANOVA de duas vias para medidas repetidas, considerando os fatores Tempo (Antes, 24 h e 48 h após) e Fase do Ciclo (Lútea e Folicular). RESULTADOS: Os valores da frequência cardíaca 24 h após, foram significativamente maiores na fase Lútea quando comparados fase folicular (p = 0,026638). Não houve diferença significativa para os outros dados entre fases e entre momentos. CONCLUSÃO: A variabilidade da frequência cardíaca antes e após o protocolo GVT foi semelhante em ambas as fases, no entanto a frequência cardíaca pode elevar mais na fase lútea 24 h após o protocolo quando comparado a fase folicular.

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