Resumo

A performance na corrida pode ser influenciada por diversos fatores. Para obtenção de um desempenho satisfatório, uma variável determinante é o tempo em que um corredor leva para percorrer um quilômetro, ou seja, o ritmo, conhecido popularmente de PACE. O PACE é investigado em diferentes contextos dentro da corrida, porém quando inserido intervalos de descanso, ainda não há compreensão de seu comportamento. Objetivo: Analisar e comparar o PACE em duas corridas de 5 quilômetros (km) com sessenta minutos de intervalo entre elas em corredores amadores. Métodos: Participaram do estudo treze corredores (37,3 ± 9,4 anos) com 7,1 ± 2,3 anos de prática na corrida. À priori os corredores respondiam as escalas de percepção subjetiva de recuperação (PSREC) e dor, posteriormente era realizado um aquecimento padrão e em seguida eles realizavam uma corrida de 5km, ao término da corrida era reportada a escala de percepção de esforço (PSE), em seguida eles permaneciam no laboratório por sessenta minutos em repouso, ao final desse tempo era realizado novamente o aquecimento seguido de uma nova corrida de 5km e a PSE. Os corredores foram orientados a percorrer o trajeto no menor tempo possível, além disso, eles não tinham acesso as variáveis da corrida. O PACE foi obtido através do sistema de GPS Garmin Forerunner®. Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk, e após o teste de T pareado. Resultados: O PACE dos primeiros 5km (3,1 ± 0,6 min/km) foi diferente do segundo 5km (3,6 ± 0,5 min/km) p = 0,01. Não houve diferença entre o tempo total da primeira corrida (23,0 ± 2,7 minutos) comparado com a segunda (23,2 ± 3,4 minutos) p = 0,83, tal como, na PSE (p = 0,46). Conclusão: Apesar de não haver diferença entre o tempo total das corridas, o PACE mais elevado no segundo 5km pode sugerir que houve uma fadiga acumulada e que o tempo de sessenta minutos não é suficiente para gerar uma recuperação total em corredores amadores.