Resumo
Os esportes de combate são conhecidos históricamente por seus treinamentos e competições intensas e exaustivas, com isso a busca por melhorias no desempenho, qualidade motora, aspectos técnicos e táticos são constantes. As cargas de treinamento devem se manter adequadas para evitar um estado de estresse excessivo ou subestimado. Neste contexto a maioria dos treinadores busca ferramentas de biofeedback de fácil utilização, não invasivas e de custo acessível. Este trabalho teve como objetivo analisar as respostas psicológicas, fisiológicas e as relações esperadas entre técnicos e atletas. A amostra foi composta por 6 treinadores e 23 atletas de equipes de nível nacional e internacional das modalidades de Karatê, Judô e MMA, com idades de 23,9±5,3 anos, sendo 13 atletas competidores de categrias até 70kg, 8 até 90kg e 2 em categorias acima de 90kg. Durante 16 visitas foram monitoradas com 2 sessões de treinamento para cada atleta, as quais 7 foram consideradas fortes (>5), 7 moderadas (3-5) e 2 leves (1-2) a partir de uma escala CR10. Para analisar as relações entre o planejamento, as respostas perceptuais, zonas de frequência cardíaca e lactato sanguíneo foram realizados os testes Qui-quadrado, ANOVA – Tukey e teste “t”, adotando como nível de significância p<0,05. Como resultados houveram diferenças significativas entre a carga planejada e o esforço percebido, demosntrando esforços esperados pelos treinadores como subestimados. Nas sessões percebidas como moderadas (p<0,05) e fortes (p<0,01) os atletas demonstraram maior permanencia na zona de FC sub-máxima (80 a 90% da Fcmáx). Em ambas as situações houve aumentos significativos no lactato sanguíneo imediatamente após, bem como no período 10 minutos de recuperação quando a sessão foi considerada forte (p<0,05). Além disso não foram encontradas diferenças significativas no lactato sanguíneo entre as sessões consideradas moderadas e fortes. Diante as diferenças encontradas entre cargas planejadas e percebidas, um dos aspectos que podem ter contribuído com os resultados está no comportamento cultural de técnicos e treinadores ao utilizarem a milenar filosofia das artes marciais, aplicando o treinamento de maneira generalista, desta forma, observamos que se encontra uma carência na individualidade do treinamento e controle, levando em consideração as características técnicas, físicas, táticas e de desempenho, propiciando então uma menor variação perceptual e um ajuste mais assertivo no treinamento.