Resumo

Objetivo: Avaliar as propriedades de medida da versão brasileira da Copenhagen Neck Functional Disability Scale (CNFDS) em pacientes com dor cervical crônica. Métodos: Uma amostra de 105 pacientes foi utilizada, a fim de analisar a validade estrutural da CFNDS. Essa propriedade de medida foi avaliada pela análise fatorial exploratória e confirmatória com os seguintes índices de ajuste: Quiquadrado (X²), Qui-quadrado dividido pelos graus de liberdade (X²/gl), Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA), Comparative Fit Index (CFI) e Tucker Lewis Index (TLI). O mesmo número de voluntários foi utilizado para testar a validade de construto por meio da correlação de Spearman (rho). Para tanto, foi correlacionada a CNFDS com os demais instrumentos empregados no estudo: Escala Numérica da Dor (END), Escala Tampa de Cinesiofobia (ETC), Escala de pensamentos Catastróficos sobre Dor (EPCD) e Neck Disability Index (NDI). Uma subamostra de 43 pacientes preencheu a CNFDS em dois momentos em um intervalo de tempo mínimo de 7 dias, visando avaliar a confiabilidade teste-reteste por meio do coeficiente de correlação intraclasse (CCI), erro padrão da medida (EPM) e diferença mínima detectável (DMD). A consistência interna da CNFDS foi analisada pelo alfa de Cronbach (). Os efeitos floor e ceiling também foram avaliados no estudo. Resultados: A análise fatorial identificou uma estrutura unidimensional da CNFDS com índices de ajuste adequados: Qui-quadrado/GL = 1,37, CFI = 0,94, TLI = 0,93, RMSEA (IC a 95%) = 0,059 (0,029 a 0,084). A CNFDS apresentou resultados satisfatórios de confiabilidade (CCI= 0,93) e consistência interna ( = 0,84). O EPM foi de 1,72 e a DMD foi de 4,76. A CNFDS demonstrou alta correlação com o NDI (rho = 0,718) e correlação baixa com os demais instrumentos: END em repouso (rho = 0,221) e em movimento (rho=0,215), ETC (rho= 0,290), EPCD (0,462). Não houve efeitos floor e ceiling. Discussão: Observou-se que a CNFDS apresentou alta confiabilidade, consistência interna adequada e alta magnitude de correlação com o NDI, tornando-se um instrumento que avalia o impacto da dor cervical crônica na incapacidade. Além disso, a CNFDS é de fácil aplicabilidade, boa compreensão e apresenta um tempo curto para o seu preenchimento. Conclusão: A versão brasileira da CNFDS com estrutura unidimensional e 15 itens apresenta propriedades de medida adequadas, respaldando o seu uso no contexto clínico e em pesquisas com pacientes com dor crônica no segmento cervical.

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