Resumo

O presente estudo teve por objetivo analisar as propriedades psicométricas do Questionário de Conhecimento Processual no Voleibol (QCPV) para jovens atletas brasileiros. Para se avaliar a validade de conteúdo do instrumento, foram convidados 5 especialistas (dentre eles, doutores e treinadores de seleções de voleibol), para avaliar a clareza de linguagem (CL), pertinência prática (PP) e relevância teórica (RT) dos itens do instrumento, de uma escala tipo likert de 5 pontos (sendo: 1- “pouquíssima”, 2- como “pouca”, 3- como “média”, 4- como “muita” e por fim 5- como “muitíssima”), onde a posteriori foi verificado o Coeficiente de Validade de Conteúdo (CVC), de cada critério que os especialistas avaliaram. Após, resultados da validade de conteúdo, 501 atletas de voleibol, de ambos os sexos, com idade de 11 a 15 anos, participantes da Taça Paraná de Voleibol, do ano de 2019, responderam o instrumento a fim de analisar a validade de construto do através da análise fatorial exploratória (AFE) e posteriormente através da análise fatorial confirmatória (AFC). Para verificar a validade convergente foi utilizado a Variância Extraída Média (VEM) e, para verificar a consistência do instrumento foi utilizada a confiabilidade composta (CC) e a fidedignidade teste-reteste através do índice de correlação intraclasse. Os dados obtidos pela validade de conteúdo foram tabulados e analisados com formula própria no Microsoft excel versão 2013. A validade de construto obtida através da AFE, foram analisados pelo software IBM SPSS versão 24.0, através da técnica de fatoração pelo eixo principal com rotação obliqua Promax, corrigidos pela normalização de Kaiser, sendo excluídos itens com carga fatorial inferior a 0,3, ou está disposto em mais de um fator. A AFC foi analisada no software Amos, onde foram utilizados indicadores: Qui-Quadrado (x² e pvalor), Qui-Quadrado Normalizado (x²/gl), Índice de Qualidade do Ajuste (GFI), Raiz do Erro Quadrático Médio de Aproximação (RMSEA), Índice de Ajuste Normalizado (NFI), Índice Tucker-Lewis (TLI), Índice de Qualidade de Ajuste Calibrado (AGFI) e Índice de Ajuste Comparativo (CFI) para analisar o modelo gerado. Por fim, a CC e a validade convergente foram tabuladas e analisadas em planilha no excel. Os resultados apontaram que para validade de conteúdo, o instrumento apresentou índices positivos no CVC para CL (0,92), PP (0,91) e RT (0,91), sendo apenas o item 23 excluído do instrumento por apresentar valores de CVC inferiores a 0,8. Na validade de construto, após realizada a AFE, apenas 13 dos 23 itens restantes doinstrumento apresentaram carga fatorial acima de 0,3, sendo os 13 itens dispostos em 3 fatores. Os resultados obtidos pela AFC mostraram que o instrumento apresentou bons índices de ajuste (x² = 95.91; p =0,004; x²/gl = 1.55; CFI = 0,90;GFI = 0,97; NFI = 0,78; TLI = 0,88 e RMSEA = 0,035), entretanto apenas três itens apresentaram carga fatorial acima de 0,5. A consistência interna através da CC, apresentou valor aceitável para o construto como todo (0,71), entretanto os valores individuais de cada fator do instrumento apresentaram valores abaixo de 0,5. A validade convergente através da VEM, apresentou índices fracos, sendo em todas os fatores, como no instrumento em sua totalidade, abaixo de 0,2. O instrumento QCPV versão final brasileira, apresentou 13 itens dispostos em 3 fatores. A alteração da quantidade de itens ou fatores é uma possibilidade quando se realiza o processo de validação de um instrumento, entretanto, com base nos resultados apresentados durante da análise das propriedades psicométricas do questionário, conclui-se que o instrumento não obteve índices satisfatórias nos parâmetros utilizados, sendo necessários novos estudos com o construto para que seja possível a utilização do mesmo por treinadores e pesquisadores da psicologia do esporte.

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