Resumo

O processo de envelhecimento provoca perda natural e progressiva da integridade fisiológica e diminuição da funcionalidade. Nesse contexto, o Tai Chi Chuan (TC) e o Treina-mento Funcional (TF) podem ser alternativas não farmacológicas para retardar ou reverter esse cenário, mas qual seria mais custo-efetiva na promoção de funcionalidade para esse público? Objetivo: Analisar o custo-efetividade do TF e do TC na funcionalidade quando aplicados em mulheres idosas fisicamente independentes. Métodos: O estudo foi um ensaio clínico rando-mizado com duração de 16 semanas de treinamento, e avaliações pré e pós intervenção. Foram recrutadas 60 mulheres idosas, que foram divididas em dois grupos, o grupo TF (GTF) e o grupo TC (GTC). O cálculo de custo-efetividade (CEint = CBint / Efeitopos - Efeitopre) corresponde à razão entre o custo benefício da intervenção e o efeito alcançado após o período de treinamento. Esse cálculo foi realizado nas variáveis que apresentaram diferença de média estatisticamente significativa de pré para pós. O custo benefício corresponde à razão entre o valor investido e a quantidade de pessoas assistidas; e a efetividade, corresponde ao score alcançado nos seguin-tes testes funcionais: Sentar e levantar em 5 repetições (SL5R); Arremesso de medicine ball (MEDB); Timed up and go (TUG); Levantar do solo (LEVS) e Gallon-jug shelf-transfer (GJST). A intervenção contou com três sessões semanais, com 50 minutos cada. O GTF contou com três blocos: preparação para o movimento; exercícios de potência, velocidade, agilidade e coorde-nação; e exercícios de força. O GTC, contou com dois blocos: Qi Jong de preparação para o mo-vimento; e os oito exercícios da sequência Baduanjin. Os resultados foram apresentados como média e desvio padrão, e a normalidade da distribuição verificada pelo teste de Shapiro Wilk, sendo que para a comparação de médias foi utilizada a análise de medidas repetidas (ANOVA 2x2), sendo calculado o tamanho do efeito d de Cohen, e adotado um nível de significância de 5% (p < 0.05). Resultados: Em relação à efetividade, o GTF se mostrou efetivo em todos os testes avaliados: SL5R (pré:8,4 ± 1,7s; pós:7,7 ± 1,5s; d = -0,44; p = 0,029), MEDB (pré:226 ± 35 cm; pós:242 ± 32 cm; d = 0,46; p = 0,047), LEVS (pré:3,8 ± 0,8s; pós:3,5 ± 0,7s; d = -0,42; p < 0,013), TUG (pré:7,4 ± 0,7s; pós:7,1 ± 0,8s; d = -0,47; p = 0,014) e GJST (pré:10,8 ± 1,1s; pós:10,0 ± 1,4s; d = -0,71; p < 0,001); enquanto o GTC foi efetivo apenas no TUG (pré:7,4 ± 0,8s; pós:6,9 ± 0,7s; d = -0,66; p < 0,001) e GJST (pré:10,8 ± 0,9s; pós:9,7 ± 0,7s; d = -1,27; p < 0,001). Após realizados os cálculos de custo-efetividade, o GTC foi mais custo-efetivo no TUG (GTF: 651,71 R$.n-1/s; GTC: 177,51 R$.n-1/s) e GJST (GTF: 260,68 R$.n-1/s; GTC: 84,69 R$.n-1/s). Conclusão: Somente o TF mostrou-se efetivo na potência muscular de membros inferiores e de membros superiores e também na funcionalidade em se levantar. No entanto, o TC foi mais custo-efetivo em destreza manual e equilíbrio dinâmico.

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