Resumo

A melhora do desempenho do atleta provoca adaptações bioquímicas e fisiológicas, que podem variar de acordo com o sexo, principalmente por diferenças anatômicas, hormonais e biomecânicas. O exercício físico pode aumentar o consumo de oxigênio entre 10 e 20 vezes mais que o basal e como consequência ocorrerá a formação de radicais livres, que apesar da importante função na proteção contra agentes invasores, seu excesso tem ações deletérias ao organismo. OBJETIVO: Comparar o perfil dos marcadores de estresse oxidativo de atletas juvenis de vôlei de praia das categorias masculino (MAS) e feminino (FEM). MÉTODOS: Participaram do estudo 20 atletas da categoria juvenil, MAS (n = 11; 17,5 ± 1,4 anos) e FEM (n = 9; 16,8 ± 1,4 anos), da Associação Maringaense de Vôlei de Praia. O macrociclo de treinamento foi dividido em quatro períodos (preparatório [1], pré-competitivo [2], competitivo [3] e regenerativo [4]). Após coleta de sangue em jejum, o soro foi utilizado para análise das concentrações de grupamentos sulfidrila totais (TIÓIS) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS). As hemácias foram hemolisadas para análise das atividades das enzimas antioxidantes catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD). Os dados foram analisados através de 2-way ANOVA (post hoc Bonferroni). RESULTADOS: Apenas SOD apresentou interação entre sexo e períodos (p = 0,005), e variação entre sexo (p < 0,0001) e períodos (p = 0,005) de forma isolada. Efeito isolado do sexo (p < 0,01) foi encontrado somente para CAT, ao passo que efeito isolado do período (p < 0,01) foi demonstrado para CAT, TIÓIS e TBARS. Na análise da interação, os valores de TBARS (pmol/mg) apresentaram-se menores (p = 0,11) em atletas MAS quando comparados à atletas FEM durante os períodos 1 (477,8 ± 166 vs. 692,7 ± 237), 2 (3894,6 ± 2011 vs. 4811,7 ± 1953) e 3 (5829,9 ± 1122 vs. 6977,3 ± 1359). Em relação aos antioxidantes, os níveis de TIÓIS mostram-se alterados (p = 0,06) em atletas da categoria FEM em todos os períodos de treinamento (1 = +1,84%; 2 = +20%; 3 = +3,94%; 4 = +22,4%). A atividade da CAT na categoria FEM se mostrou aumentada (p < 0,0001) comparada a categoria MAS nos períodos 1 (+30,7%), 2 (+42,1%), 3 (41,4%) e 4 (+46,2%), assim como a atividade da SOD (p < 0,0001), 92,9%, 95%, 92,3% e 94,1%, respectivamente. CONCLUSÃO: Conclui-se que as atletas do sexo feminino apresentam maior produção de radicais livres durante o treinamento e, consequentemente, maior ativação das vias antioxidantes de proteção do organismo.

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