Análise da Densidade óssea: Qual Sítio Utilizar?
Por Maria Fátima Glaner (Autor), Renato André Sousa da Silva (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Estudos apontam a manutenção ou aumento da densidade óssea (DO) decorrente
de programas de exercício físico, alimentação e uso de fármacos. A DO geralmente
é medida em diferentes sítios. Porém, faltam informações a respeito da qualidade
dos dados da DO coletada através da absortometria de raio-x de dupla energia.
Portanto, o objetivo foi verificar se existem diferenças na DO entre as quatro porções
do sítio fêmur (colo, triângulo de wards, trocanter e eixo), obtidas em duas análises
feitas em dias distintos a partir de uma única mensuração (únicaM). A amostra foi
composta por 26 mulheres e 13 homens com médias e desvio padrão (dp) de
idade= 45.1 dp 14.8 e 32.0 dp 11.9 anos; massa corporal= 63.2 dp 13.6 e 75.0 dp 6.8
kg; estatura= 161.2 dp 6.9 e 176.8 dp 5.0 cm. A únicaM da DO foi feita conforme
manual da máquina Lunar DPX-IQ. Uma análise foi feita no dia da únicaM (1a
análise) e a outra 30 dias após (2a análise). As análises foram feitas por um técnico
que possui 3 anos de experiência. Os dados foram tratados através do teste-t
dependente e correlação linear de Pearson. Os resultados médios, e de correlação
(r), para as 1a e 2a análises, foram, respectivamente: colo= 1,03132 dp 0,1999 e
1,04682 dp 0,2175 g/cm2 (r= 0,939); triângulo de wards= 0,89521 dp 0,2598 e
0,89297 dp 0,2598 g/cm2 (r= 0,997); trocanter= 0,84842 dp 0,1741 e 0,85413 dp
0,1753 g/cm2 (r= 0,986); eixo= 1,22429 dp 0,2226 e 1,22382 dp 0,2221 g/cm2 (r=
0,999). Não foram evidenciadas diferenças estatísticas (p>0,05) entre as DO das
quatro porções do fêmur e, as correlações foram altas (p<0,0005). Indicando desta
forma a ausência de erro de análise neste sítio e em suas diferentes porções. Em
outro estudo, com mesmo delineamento, GLANER e SILVA (2006), evidenciaram
diferenças significativas (p<0,05) nas vértebras lombares L1, L2 e L2-L4.A diferença
entre os resultados, daquele estudo com o presente, se deve ao fato de que as análises
são feitas usando comandos no teclado do computador para eliminar (limpar) os
tecidos que estão em torno dos sítios. Não se tem certeza que em análises distintas,
no mesmo sujeito, será eliminada a mesma quantia de tecido. Desta forma, parece
que os sítios mais adequados, para analisar a DO em diferentes circunstâncias, são
os analisados no presente estudo, pois são os que apresentam menos acidentes
ósseos. Diminuindo, consequentemente, a possibilidade de erro de análise.