Resumo

No ciclismo, a aplicação de torque nos pedais, o posicionamento do ciclista na bicicleta e o pico de potência parecem afetar diretamente o desempenho. Ciclistas utilizam diferentes estratégias para manutenção do desempenho durante provas/treinos, como a diminuição da cadência de pedalada, modificação da ativação muscular e a assimetria de produção de torque. É importante também considerar que ciclistas são submetidos a intensidades submáximas por períodos longos e durante esses momentos, maiores níveis de assimetria de torque são esperados. Além disso, o processo de fadiga que acontece durante o exercício pode causar mudanças na assimetria. Portanto, o objetivo do presente estudo foi verificar o efeito de diferentes intensidades e momentos de exercício sobre o comportamento da assimetria através de duas análises, uma discreta a partir do pico de torque e uma funcional, considerando todo o ciclo de pedalada. A amostra desse estudo foi composta por ciclistas amadores que foram submetidos a um teste para determinar a potência máxima de pedalada e a três testes com potência (60, 80 e 95% POTMÁX) e cadência fixas até a exaustão. Para verificar o comportamento da assimetria entre as intensidades por meio da análise discreta foi utilizada uma ANOVA two-way de medidas repetidas, sendo os fatores analisados, intensidades e membros. Para verificar o comportamento da assimetria entre diferentes momentos de exercício foi também realizada uma ANOVA two-way com os fatores momentos (início e fim) e membros. Para determinar as assimetrias nas séries temporais, foi aplicada uma análise de variância funcional two-way (FANOVA) para medidas repetidas, considerando os mesmos fatores incluídos nas abordagens ANOVA. A análise discreta demonstrou não haver diferenças entre os membros independente da intensidade analisada. Porém, a análise funcional demonstrou algumas diferenças entre os membros dentro do ciclo entre os membros direito e esquerdo, informações essas que a análise discreta desconsidera já que só utiliza a variável pico de torque. Em relação ao momento de exercício, não houve diferenças significativas entre os membros independentemente do método de análise utilizado ou a intensidade. Os resultados do presente estudo confirmaram que a FANOVA seria mais sensível na detecção da assimetria no perfil de produção de torque em ciclistas amadores comparado a ANOVA. Contudo, as hipóteses de que o aumento da intensidade e o momento do exercício influenciaram no comportamento da assimetria não foram confirmadas, sendo que a característica do protocolo de intervenção pode ter influenciado nos resultados.

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