Resumo

INTRODUÇÃO: O treinamento sistematizado no futebol é um estímulo importante para o processo de mineralização óssea em jovens, porém, pouco se sabe do processo de adaptação do tecido ósseo em adolescentesque iniciam esse treinamento durante o pico de velocidade de crescimento (PVC). OBJETIVO: acompanhar e avaliar o comportamento dos indicadores de saúde óssea (DMO e CMO) em jovens atletas da categoria sub-15 durante a 1º temporada de treinamento e competição. MÉTODOS: Participaram 14 atletas [14,8 ± 0,4 anos; 61,0 ± 9,6 kg; 171,2 ± 5,5 m; -0,2 (IC= -0,4; 0,5) anos para o PVC] monitorados durante 14 semanas de treinos (3 vezes por semana/2h dia). Durante esse período verificou-se: carga interna do treino (PSE da sessão); as medidas antropométricas para avaliação do pico de velocidade de crescimento (PVC); densidade mineral óssea (DMO) e conteúdo mineral ósseo (CMO) através do DEXA. O monitoramento foi realizado em três momentos: 1) Linha de Base; 2) Ao final do período de preparação (PP) e 3) Ao final do período competitivo (PC). Ainda, foram investigados o consumo médio de ingestão de cálcio através do Recordatório Alimentar (R24h) e o nível de atividade física pela acelerometria. Utilizou-se o Teste t de Student pareado para comparar a carga interna média entre os períodos de PP e PC; A ANOVA de medidas repetidas seguida do post hoc de Bonferroni foi utilizada para comparar as variáveis descritivas da amostra, o CMO e a DMO, ao longo dos 3 momentos do monitoramento, utilizando o PVC como covariável de ajuste. RESULTADOS: A carga interna média dos treinos do Período de Preparação (PP) e Período de Competitivo (PC) foram semelhantes [1493,0 ± 148,5 vs. 1344,7 ± 311,9 u.a., t(16) = 2,109; p = 0,051]. Houve efeito do tempo ajustado pelo PVC sobre o CMO da perna [F(2, 24) = 10,158; p = 0,001; ƞ2 p = 0,458; poder = 0,973], tronco [F(2, 24) = 5,851; p = 0,009; ƞ2 p = 0,328; poder = 0,827] e corpo [F(2, 24) = 16,630; p < 0,001; ƞ2 p = 0,581; poder = 0,999], assim como na DMO do corpo [F(2, 24) = 5,848; p = 0,009; ƞ2 p = 0,328; poder = 0,827]. O CMO da perna (diferença média = 25,0 g; p = 0,001) e tronco (diferença média = 23,3 g; p = 0,013) foi maior no 3º momento (PC) comparado com o baseline. O CMO do corpo foi maior no PC comparado ao baseline (diferença média = 52,8 g; p = < 0,001) e ao PP (diferença média = 33,0 g; p = 0,003). A DMO do corpo total foi maior no PC comparado ao baseline (diferença média = 0,17 g/cm2; p < 0,001). CONCLUSÃO: Durante a temporada de treinamento e competição observou-se um incremento do CMO e da DMO. Assim, a conclusão do estudo é que o treinamento sistemático no futebol, mesmo durante o processo do estirão de crescimento, proporcionou impacto positivo nos marcadores de saúde óssea.

Referência: MORAIS, Luhane Silva de. Análise do comportamento do conteúdo e da densidade mineral óssea de jovens atletas durante a 1º temporada de treinamento sistematizado no futebol. 2019. 53f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.

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