Análise do Controle Postural Durante Tarefa Controlada do Chute em Atletas de Futebol
Por Bruno Mazziotti Oliveira Alves (Autor), Rubens Alexandre da Silva Jr. (Autor), Luciano Moreira Rosa (Autor), Thiago Rosa de Mesquita (Autor), Paulo Rui de Oliveira (Autor), Ricardo Lima Burigo (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 24, n 2, 2018. 7 Páginas. Da página 89 a 96
Resumo
Introdução: O controle postural é um fator determinante para execução de gestos funcionais e desempenho motor durante as atividades esportivas. Objetivo: O objetivo deste estudo foi de investigar o controle postural durante a tarefa controlada do chute futebolístico por meio de um sistema de análise biomecânica. Métodos: A amostra foi constituída por 11 atletas profissionais do sexo masculino, recrutados por amostragem por conveniência, com média de idade de 22 anos. Os atletas realizaram vinte e cinco chutes de precisão em direção ao alvo, com a bola em movimento vertical lançada por meio de um dispositivo manual sincronizado com as medidas biomecânicas computadas. A marcação dos segmentos de membro inferior envolvidos no chute e a bola foram analisadas por meio da acelerometria, enquanto as medidas de controle postural foram quantificadas por meio de uma plataforma de força em três eixos do movimento. A perna de apoio foi investigada em apoio unipodal durante todos os testes sobre a plataforma de força. As principais variáveis de controle postural calculadas por uma análise estabilográfica e computadas durante os 25 chutes foram área de deslocamento do centro de pressão (COP), velocidade e frequência de oscilação do COP na direção anteroposterior e médio-lateral. A média foi utilizada para análise final para determinar as diferenças nas três fases: pré-chute, chute e pós-chute. Resultados: Os resultados revelaram diferenças significantes (p < 0,01) entre as três fases, sendo que a fase do chute apresentou valores maiores de oscilações posturais do COP do que as demais fases. A área e a velocidade de oscilação do COP foram as variáveis com maior sensibilidade às mudanças na fase do chute, obtendo magnitude de efeito em d = 14 e d = 12, respectivamente. Clinicamente, o aumento foi de 557% entre as fases pré-chute e chute; essa diferença foi reduzida para 241% na comparação com o pós-chute (ou seja, a diferença entre chute e pós-chute foi de 316%). Conclusões: Esses resultados têm implicações importantes para o reconhecimento das respostas de controle postural durante o chute futebolístico e, consequentemente, para prevenção de lesões quando déficits sensório-motores são diagnosticados em atletas de futebol. Nível de Evidência III; Estudo de pacientes não consecutivos; sem padrão de referência “ouro” aplicado uniformemente.