Análise do Corpo Adolescente Como Símbolo de Manifestação do Capital
Por Cátia Pereira Duarte (Autor), Stefan Cristiano Nunes Salgueiro (Autor), Ludmila Mourão (Autor).
Em VIII Congresso Brasileiro de História da Educação Física, Esporte, Lazer e Dança - CHELEF
Resumo
O objetivo deste trabalho é identificar nas obras de Foucault (História da Sexualidade I) e de Marx (O Capital), como o sistema capitalista manifestou nos corpos dos adolescentes, em seus cotidianos, a exploração nas construções corporais dos mesmos. Como na adolescência, os jovens questionam a identidade do coletivo para afirmar a sua própria, muitas vezes reproduzem valores culturais como naturais, sem questionamentos sobre o mercado que vem configurando suas diferentes linguagens. Sugestionados pelo modo de produção capitalista, os adolescentes transformam seus desejos em necessidades, confirmando que a insistente preocupação com a representação social faz parte de uma história que contém tanto o supérfluo quanto o indispensável no mesmo grau de prioridade. Fato estendido às práticas físicas, onde a potência, a força e a agilidade passam a justificar o trabalho dos corpos. Constatou-se com o levantamento bibliográfico, que o corpo se torna símbolo comum de feminilidade e masculinidade, ao mesmo tempo em que se transforma num indicador de outras qualidades pessoais como capacidade de trabalho, autocontrole e sucesso. A sociedade capitalista já não está suportando a norma impositiva de consumo, pois esta busca excluir toda e qualquer referência a limites, aplicando ao corpo o princípio geral da propriedade, e dessa forma, abrindo um processo de produção de toda uma série de estratégias, práticas e discursos que exercitem em cada indivíduo os cuidados sobre si mesmo, banalizando a identidade do corpo como por exemplo no que se refere à sexualidade, pois de tanto que aparece, torna-se desnecessário discutir os significados (usos) e significantes (representação e imaginário sociais) dos corpos.