Resumo

O objetivo deste trabalho é identificar nas obras de Foucault (História da Sexualidade I) e de Marx (O Capital), como o sistema capitalista manifestou nos corpos dos adolescentes, em seus cotidianos, a exploração nas construções corporais dos mesmos. Como na adolescência, os jovens questionam a identidade do coletivo para afirmar a sua própria, muitas vezes reproduzem valores culturais como naturais, sem questionamentos sobre o mercado que vem configurando suas diferentes linguagens. Sugestionados pelo modo de produção capitalista, os adolescentes transformam seus desejos em necessidades, confirmando que a insistente preocupação com a representação social faz parte de uma história que contém tanto o supérfluo quanto o indispensável no mesmo grau de prioridade. Fato estendido às práticas físicas, onde a potência, a força e a agilidade passam a justificar o trabalho dos corpos. Constatou-se com o levantamento bibliográfico, que o corpo se torna símbolo comum de feminilidade e masculinidade, ao mesmo tempo em que se transforma num indicador de outras qualidades pessoais como capacidade de trabalho, autocontrole e sucesso. A sociedade capitalista já não está suportando a norma impositiva de consumo, pois esta busca excluir toda e qualquer referência a limites, aplicando ao corpo o princípio geral da propriedade, e dessa forma, abrindo um processo de produção de toda uma série de estratégias, práticas e discursos que exercitem em cada indivíduo os cuidados sobre si mesmo, banalizando a identidade do corpo como por exemplo no que se refere à sexualidade, pois de tanto que aparece, torna-se desnecessário discutir os significados (usos) e significantes (representação e imaginário sociais) dos corpos.

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