Resumo

Na adolescência são construídos comportamentos que podem incluir mudanças relacionadas a atividade física, sono e comportamento sedentário referente ao tempo de tela. O objetivo desse estudo foi analisar o nível de atividade física, tempo de tela e duração do sono de adolescentes escolares antes e durante a pandemia da COVID-19. Para alcance do objetivo, esta dissertação foi dividida em quatro artigos/capítulos. Um revisão sistemática e 03 estudos observacionais/transversais com amostra de 99 adolescentes de 14 a 18 anos (Meninos (n=46), 15,04±1,68 anos; Meninas (53), 15,18±1,67 anos) do Instituto Federal de Educação do Maranhão (IFMA), campus Presidente Dutra. Houve as seguintes perdas amostrais: 4 no artigo II e 11 no artigo IV. Para o artigo de revisão 06 artigos foram elegíveis para a análise dos resultados. Os dados dos artigos II, III e IV foram coletados em uma primeira etapa em março, período pré-pandêmico, e para o artigo IV também houve uma segunda etapa após quatro meses de pandemia. A análise do nível de atividade física (NAF) foi por meio do Physical Activity Questionnaire for Adolescents (PAQ-A), o tempo de tela recreativo e duração do sono por questionários validados para jovens brasileiros. Também foi utilizado o Questionário do Perfil do Estilo de Vida Individual- adolescentes para anáalise do estilo de vida. O teste de normalidade de Kolmogorov–Smirnov verificou a distribuição dos dados. Assim, foram aplicados os testes: U de Mann-Whitney, Correlação de Spearman e Teste-T pareado. Utilizou-se o software SPSS 22.0, com nível de significância de p<0,05. A revisão identificou uma tendência desfavorável ao cumprimento das diretrizes e/ou recomendações de atividade física e aumento do tempo de tela. Já o padrão das horas de sono aumentou durante a pandemia da COVID-19. No artigo 2, verificouse que o sexo masculino apresentou maior NAF (2,26) que o feminino (1,70), escolares do turno vespertino (8,00) apresentaram com mais horas de sono nos dias úteis que matutino (6,75) e participantes com maior renda tiveram maior tempo de tela (4,00) e menos horas de sono (6,75) nos dias úteis. No artigo 3, os resultados apontam que os adolescentes mais ativos (8,30) apresentaram menor duração de sono durante o final de semana que os insuficientemente ativos (9,75). Também foi possível observar que o NAF está relacionado positivamente com os componentes de atividade física (0,477; p=0,018) e o componente relacionamento social do estilo de vida (0,289; p=0,05). Além disso, observou-se uma correlação negativa entre o tempo de tela com as horas de sono (-0,267; p=0,014) e comportamento preventivo (-0,238; p=0,018) dos adolescentes. Já no artigo 4, verificou-se que os adolescentes diminuíram significativamente o NAF, aumentaram tempo de tela e as horas de sono nos dias de semana no período de restrições da pandemia do COVID-19. Conclui-se que as horas de sono/noite aumentaram, e a diminuição da prática de atividade física e aumento do tempo de tela dos adolescentes, que já eram um problema, intensificaram no período de pandemia da COVID-19.

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