Resumo

Introdução: O treinamento com restrição de fluxo sanguíneo (RFS) é um método que restringe o fluxo sanguíneo nos membros superiores (MMSS) ou inferiores (MMII) de forma parcial ou total, que pode ser utilizado em exercícios aeróbios, com resultados significativos no aumento do gasto energético (GE) em relação ao treino tradicional. Entretanto, não se sabe o que pode acontecer com a temperatura da pele (TP), durante o exercício físico associado à RFS. Nesse sentido, a termografia infravermelha (TI), é um método não invasivo utilizado na área esportiva com diversos propósitos, como: analisar assimetrias musculares ou predizer lesões musculares. Objetivo: Analisar o efeito do exercício aeróbio com diferentes níveis de RFS sobre o GE, a TP e a percepção subjetiva de desconforto (PSD). Metodologia: Participaram do estudo, 24 homens, fisicamente ativos (23,9±2,6 anos, 78,5±12,3 kg, 1,78±0,07 m, IMC = 24,7±2,4 kg/m2) sem presença ou histórico de doenças osteoarticulares nos MMII, que responderam negativamente ao PAR-Q, realizavam ? 150 minutos de atividades físicas semanais com intensidade ? moderada, de acordo com o IPAQ, e que apresentaram Índice Tornozelo Braquial (ITB) entre 0,91 e 1,30. Foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC), e a mensuração do nível de RFS total de cada sujeito antes das 4 sessões de treinamento em diferentes níveis de restrição (0, 50, 80 e 100%). O treinamento consistiu em uma caminhada na esteira a 40% da velocidade máxima do sujeito, composta por 5 séries com duração de 2 minutos cada, e 1 minuto de descanso entre elas, totalizando assim, 14 minutos de teste, e com um intervalo de uma semana entre as mesmas. Durante o treinamento, foram analisados: o GE (gasto calórico), a TP de MMII dos sujeitos, por meio da TI, antes, durante e 24h após cada sessão de treino e a PSD, por meio de uma escala verbal. Resultados: O GE apresentou valores médios de 75,6±15,9; 89,7±15,8; 94,9±14,8 e 96,1±12,1 kcal para as condições de 0, 50, 80 e 100% de RFS, respectivamente, durante o treino. Esses achados mostraram um aumento significativo do GE na condição de 0% de RFS quando comparada com as demais (P<0,001) e entre as condições de 50 e 100% de RFS (P<0,05). Todavia, entre 50 e 80% ou 80 e 100% de RFS, o GE ficou estabilizado (P>0,05). A TC dos MMII não sofreu alterações significativas (P>0,05) imediatamente e 24h após o exercício aeróbio, independentemente dos níveis de RFS utilizados (0, 50, 80 e 100%), todavia, a temperatura das pernas foi maior que a das coxas (P<0,05). A PSD foi maior conforme o aumento do nível de RFS durante o exercício (P<0,001). Conclusão: O GE aumentou de forma proporcional até 50% de RFS e se estabilizou após esse patamar. A RFS não influenciou na TP imediatamente e 24h pós-exercício aeróbico, independentemente do nível de RFS utilizado, enquanto que a PSD aumentou ao se elevar o nível de RFS durante o exercício. Estudo anexado a plataforma de Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (REBEC) sob o número: RBR-3XHSJX 

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