Análise do perfil de funcionalidade de pacientes com doença de parkinson ao longo de um ano de intervenção com exercícios
Por Denise Rodrigues Bueno (Autor), Leonardo Medeiro (Autor), Luciana Ota (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Pacientes acometidos por doença de Parkinson apresentam redução da capacidade funcional ao longo do tempo. A prescrição de exercícios tem sido empregada na tentativa de mitigar tais alterações, mantendo a saúde e qualidade de vida dessa população. OBJETIVOS: Analisar o perfil de funcionalidade de pacientes com doença de Parkinson ao longo de um ano de intervenções com exercícios físicos. MÉTODOS: A amostra foi composta por participantes do Programa Parkinson, um projeto de pesquisa e extensão realizado na cidade de Dracena/SP. Para este estudo, foram utilizados os dados do ano de 2022 dos pacientes que participaram das três avaliações e completaram ao menos 75% de participação no programa de exercícios, realizado duas vezes por semana, composto por exercícios de força, coordenação motora, caminhada e bicicleta estacionária. O número de quedas e hospitalizações nos 30 dias prévios às avaliações foram autorreferidos. A avaliação de força/resistência muscular de membros inferiores foi realizada por meio do máximo de repetições em 1 minuto no teste de sentar e levantar (TSL). A capacidade cardiorrespiratória foi analisada por meio do Teste de Caminhada de 6 Minutos. A força de preensão manual foi aferida utilizando-se um dinamômetro digital. Todos os testes foram realizados por monitores treinados, três vezes no ano. As análises foram performadas utilizando-se o software SPSS versão 20.0, com nível de significância de 5%. Anova foi empregada para as comparações de médias e o teste Z para comparação das proporções nas variáveis categóricas. RESULTADOS: Participaram 10 pacientes com média de idade de 74 (6,7) anos, sendo 6 homens e 4 mulheres. As prevalências de queda nas 3 avaliações foram 60%, 37,5% e 30% e de hospitalizações foram de 20%, 12,5% e 0,0%, com significância estatística na comparação entre a primeira e a última avaliação (p<0,05). As médias de repetições para o TSL foram de 15,3, 19,4 e 22,8 repetições nas 3 avaliações, respectivamente, com diferença significante entre as avaliações 1 e 3 (p=0,03). A força de preensão manual aumentou de 22,4 (8,6) kg para 25,9 (2,9) kg do início para o final do ano. Não houve diferença para o desempenho no TC6M entre as 3 avaliações, com média de 300m caminhados em todas as avaliações. CONCLUSÃO: Um programa de exercícios físicos sistematizados, duas vezes por semana, parece ser benéfico para manutenção de funcionalidade, podendo exercer papel protetor para quedas e hospitalizações.