Resumo

: A dislipidemia é caracterizada por concentrações elevadas de lipoproteínas e lipídios circulantes na corrente sanguínea, sendo a obesidade um fator de risco para o seu desenvolvimento. O treinamento físico atua no controle do perfil lipídico, mas pouco se sabe sobre o destreino e o re-treino na dislipidemia, em especial no contexto do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT). Objetivos: Analisar os efeitos do HIIT sobre o perfil lipídico de camundongos obesos considerando os períodos de treino, destreino e re-treino. Referencial teórico: A obesidade está associada a um aumento do perfil lipídico (Por outro lado, sabe-se que diferentes tipos de treinamentos físicos podem alterar de forma positiva o perfil lipídico (Wood et al. 2019), em especial o HIIT (Muscella et al. 2020). Materiais e métodos: 75 camundongos C57BL6 foram subdivididos em um grupo dieta controle (AIN, n =35) e um grupo dieta ocidental (WD, n =35) induzindo à obesidade por 10 semanas. Após a indução à obesidade, o HIIT foi aplicado para dois grupos (AIN-T e WD-T), outros dois grupos continuaram sedentários (AIN-C e WD-C). O treino foi de 6 semanas, 3x por semana e 5 séries de 1 min com intensidade de 90% (1 min de descanso entre as séries). O destreino e o re-treino foram aplicados na mesma duração. O perfil lipídico foi quantificado no Cobas c111 a partir do soro sanguíneo (Ferreira et al. 2015). Resultados e Discussão: Após a indução à obesidade, os camundongos WD apresentaram aumento no colesterol (p = 0,002), HDL (p =0,003) e LDL (p =0,001) em comparação aos AIN. No pós-treino, o grupo WD-T apresentou uma tendência de redução no colesterol e LDL, mas sem diferença estatística do WD-C. No pós-destreino, o grupo WD-T apresentou uma tendência de aumento no perfil lipídico, não significativo. No pós re-treino, apesar da diminuição do LDL no grupo WD-T (p = 0,05) em comparação ao seu controle (WD-C), o re-treino não diminuiu o perfil lipídico na mesma proporção do treino. Conclusão: Apesar do conhecido efeito positivo do HIIT no perfil lipídico, conclui-se que a dieta exerceu um efeito mais significativo no perfil lipídico. Ademais, o re-treino não foi suficiente para reverter tais efeitos adversos da intervenção dietética.

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