Resumo

A profissionalização do esporte Paralímpico no Brasil cresceu nos últimos anos e os atletas de alto rendimento passaram a se dedicar exclusivamente às suas carreiras esportivas. Oficialmente, os primeiros Jogos Paralímpicos foram realizados em 1960, em Roma, envolvendo um pouco mais de 400 atletas de 23 países. Os Jogos Paralímpicos que foram realizados no Rio de Janeiro, em 2016, receberam 4.316 atletas de 158 países diferentes (ForberPratt, 2018). Com a evolução do esporte e a inclusão de novos tipos de deficiência, o número de atletas em todos os níveis de competição cresceu exponencialmente, e os Jogos Paralímpicos são agora considerados o segundo maior evento multiesportivo no mundo após os Jogos Olímpicos de verão (Le Clair, 2013). Diante desse cenário, Howe (2018) afirma que nós vivemos a terceira era do esporte Paralímpico, que está associada ao foco no esporte de alto rendimento e não mais no esporte para reabilitação e participação. Nessa terceira era, a organização do esporte Paralímpico tornou-se mais profissionalizada e houve um aumento significativo de recursos investidos (Misener et al., 2013). Partindo desse princípio, a mudança não foi apenas na forma como as políticas esportivas estão sendo construídas no esporte Paralímpico, mas também em relação ao que se espera dos atletas e ao tempo gasto no treinamento para a obtenção de resultados (Hammond & Jeanes, 2017). Uma vez que a conquista de medalhas é a prioridade, espera-se que o esporte de alto rendimento passe a dar mais valor para os resultados, mas muitas vezes em detrimento do desenvolvimento de outros aspectos da identidade do indivíduo.

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