Resumo

Pesquisas recentes têm mostrado que a baixa flexibilidade está associada à perda das funções em várias atividades da vida diária (AVDs) e pode ser uma das causas de dependência motora em indivíduos idosos. Neste sentido, o Programa Autonomia para a Atividade Física da Escola de Educação Física e Esportes da Universidade de São Paulo tem como proposta o ensino de uma prática motora permanente, inserida no cotidiano dos participantes. O programa inclui exercícios de alongamento e a aprendizagem sobre a flexibilidade. Para sabermos se o programa foi adequado para promover alterações nesta capacidade, realizamos este estudo, cujo o objetivo foi examinar seu efeito sobre a flexibilidade através de uma análise quantitativa e qualitativa. Participaram do programa 38 pessoas com mais de 60 anos, sendo 25 mulheres (idade média = 66,1 ± 4,1) e 13 homens (idade média = 68,4 ± 5,7). Este tinha duas sessões por semana de 90 minutos nas quais desenvolvia-se não somente a flexibilidade, mas todas as capacidades físicas, habilidades motoras, ritmo, restruturação corporal e informações teóricas. A análise quantitativa, que foi feita através de medidas obtidas no teste de sentar e alcançar, indicou que esta capacidade diminuiu após 12 meses de programa para ambos os sexos. A ausência de um grupo controle, critérios na seleção da amostra e controle da intensidade do exercício podem ter conduzido este resultado. A análise qualitativa, realizada através de um questionário referente às dificuldades para a realização das AVDs e sensações relacionadas à elas, revelou que os participantes tiveram, ao final do programa, menos dores e melhor qualidade na movimentação cotidiana, o que é indicativo de aumento de bem-estar físico dos sujeitos participantes do programa. Existe a necessidade de futuros estudos aplicando elementos da metodologia da pesquisa para uma melhor análise quantitativa. Palavras chaves: Idosos, AVDs, programa de exercício, flexibilidade

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