Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar as razões pelas quais crianças de classes comuns são transferidas para classes especiais de escolas públicas de primeiro grau do Sistema Educacional do Estado do Piauí. Para isso, procedeu-se a uma análise de dados obtidos em resposta às seguintes questões: 1. quais os problemas observados na criança que motivam o seu encaminhamento? 2. como esses problemas são identificados? 3. que providências são tomadas quando são identificados? 4. a que os professores atribuem esses problemas? 5. que dificuldades são encontradas pelos orientadores educacionais no processo de encaminhamento? Os dados, obtidos através de entrevistas com professores e orientadores educacionais, foram categorizados e submetidos a uma análise do tipo descritivo-interpretativa. Tal análise permitiu observar que os alunos de classes comuns são encaminhados a classes especiais quando apresentam problemas relacionados a aprendizagem, saúde/deficiência ou anormalidade, participação no trabalho escolar, disciplina (problemas que perturbam a dinâmica da classe), e ainda, por problema de repetência. Por outro lado, foi constatado que: 1. os problemas são identificados de uma forma precária e inadequada; 2. quase nada é feito para remediá-los antes do encaminhamento; 3. predominantemente se os atribui ao próprio aluno e à sua família. Também foi verificado uma grande insegurança dos orientadores educacionais em decidir se o aluno deve ou não ser encaminhado a classes especiais. Isto sugere a necessidade de preparo urgente dos orientadores para uma participação melhor e efetiva no processo de diagnóstico da criança.

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