Resumo

Há muita informação sobre o sofrimento dos cuidadores informais e formais. No entanto, em Portugal faltam escalas que avaliem esta dimensão do comportamento humano. O objectivo deste estudo foi validar e adaptar a Caregiver Grief Scale (CGS), desenvolvida por Franziska Meichsner, Denise Schinköthe e GabrieleWilz (2016) para a população alemã, a fim de avaliar o grau de sofrimento dos cuidadores. Para analisar as propriedades psicométricas do instrumento, recorremos à análise factorial confirmatória com uma amostra de 150 cuidadores (formais e informais). Os resultados não confirmaram a proposta de um modelo de quatro factores (dor emocional, perda relacional, perda absoluta e aceitação de perda), tal como proposto na amostra alemã. Posteriormente, utilizou-se a análise factorial exploratória que sugeriu um modelo unifactorial, cuja análise factorial confirmatória mostrou-se mais adequada para a amostra do estudo, com valores de: χ² / df = 2.023; CFI = .970; GIF = .923; RMSEA = .083; AIC = 110.724. Além disso, a análise de consistência interna indicou um alfa de Cronbach de .936 e a Fiabilidade Compósita foi .934. Concluiu-se que a estrutura multifactorial sugerida para cuidadores alemães não foi replicada e que para a população portuguesa o sofrimento se apresenta como um constructo unifactorial. Recomenda-se que futuros estudos, em Portugal, sejam realizados com amostra diferenciadas de cuidadores.

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