Resumo

Transpor escadas representa uma tarefa difícil e perigosa para os idosos e apresenta alto risco de quedas. O nível de funcionalidade do idoso é um fator determinante para sua independência e segurança na transposição de terrenos. Assim, o presente estudo teve por objetivo analisar a marcha de idosos com diferentes níveis de funcionalidade na transição entre o terreno plano e a escada na subida e na descida. Os dois primeiros e últimos degraus de uma escada são considerados degraus de transição pela literatura. Participaram do estudo 34 idosos, os quais foram divididos em dois grupos (técnica K-means cluster) de acordo com os resultados obtidos nos testes funcionais aplicados (Timed Up&Go e Five Times Sit to Stand), sendo o G1 o grupo com menores níveis de funcionalidade (n=13, 72.61 ± 0.28 anos) e o G2 o grupo com maior capacidade funcional (n=21, 69.14 ± 4.96 anos). A análise da subida e descida da escada foi feita através de um sistema de captura de movimento (Vicon) e de plataformas de força (AMTI) acopladas no solo e no primeiro degrau de uma escada com 4 degraus (17,5 cm altura x 29 cm largura e 31° de inclinação), sendo utilizada para análise das forças de reação do solo (FRS) apenas a plataforma do primeiro degrau. Para análise foi utilizada estatística descritiva e o teste “U” de Mann-Whitney, com p≤0.05. Na subida a velocidade de deslocamento, e o tempo de balanço foram maiores para o G2 (p≤0.05). Os deslocamentos angulares não revelaram diferenças entre os grupos tanto na subida quanto na descida da escada. Em contrapartida, o G2 revelou maiores FRS verticais e menores impulsos na subida (p≤0.05). Os grupos praticamente não revelaram diferenças nas aplicações de força no solo na descida da escada. Baseado nos resultados encontrados é possível concluir que as FRS são influenciadas pelo nível de funcionalidade do idoso e que podem influenciar no risco de quedas na subida da escada. 

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