Análise Multidimensional do Perfil de Mirnas Plasmáticos de Atletas de Endurance com Diferentes Capacidades Cardiorrespiratórias em Resposta Ao Teste de Esforço Máximo
Por Dailson Paulucio da Silva (Autor), Fernando Augusto Monteiro Saboia Pompeu (Orientador), Renato Luiz de Alvarenga (Membro de Banca), Gustavo Monnerat Cahli (Membro de Banca), Alex da Silva Itaborahy (Membro de Banca), Raiana Andrade Quintanilha Barbosa (Membro de Banca), Caleb Guedes Miranda dos Santos (Membro de Banca).
Em Lecturas: Educación Física y Deportes v. 26, n 276, 2021. Da página 133 a -
Resumo
Objetivo: Analisar o perfil de expressão gênica de microRNAs (miRNAs) plasmáticos em atletas de endurance de alto rendimento, com diferentes níveis de consumo máximo de oxigênio ( ˙ V O2max) antes e imediatamente após um teste de esforço máximo em esteira. Metodologia: participaram do estudo vinte e três atletas brasileiros corredores de fundo de elite de endurance, sem lesão ortopédica, com dois anos de experiência mínima em competições de nível nacional e/ou internacional e com o volume de treino semanal maior de 100km. Os sujeitos foram submetidos a um teste cardiorespiratório máximo em esteira rolante. Baseados em seus níveis de ˙ V O2max, três indivíduos do primeiro tercil e três do terceiro tercil tiveram seus miRNAs circulantes extraídos a partir de 200µL de plasma obtido antes e após o teste de esforço máximo. Foi realizada a detecção de um painel de 1113 miRNAs por reação em cadeia da polimerase (PCR) para cada um dos atletas em cada um dos momentos. A partir de todos os Cts normalizados, Análises de Componentes Principais (PCA) e Análises Discriminantes dos Mínimos Quadrados Parciais (PLS-DA) foram realizadas com a ferramenta MetaboAnalyst 4.0.17. Os miRNAs mais importantes para as comparações dos grupos foram submetidos à análise bioinformática funcional através da ferramenta mirPath v 3.0. Resultados: Os atletas selecionados dentre o primeiro e terceiro tercis (25 ± 5,1 anos) foram divididos em um grupo com alto ˙ V O2max (75,4 ± 0,87mL∙kg-1∙min-1; n=3) e baixo ˙ V O2max (60,1 ± 5,0mL∙kg-1∙min-1; n=3). Por PCR, foram detectados trinta e três miRNAs circulantes independentemente do grau de desempenho ou do momento do exercício, compondo um core de miRNAs detectáveis. Além disso, destacadamente no grupo alto ˙ V O2max logo após o exercício máximo, os mir-199b-3p, mir-431-5p, mir595, mir-17-5p, mir-1260a, mir-1972, mir-4286, mir-140-3p, mir-151a-5p, mir-30e-5p e mir-1290 tiveram expressão diferencial quando comparada ao grupo baixo ˙ V O2max. As principais vias e sinalizações relacionadas ao exercício detectadas nos grupos estudados a partir dos genes alvo dos miRNAs mais importantes foram biossíntese, metabolismo e degradação de ácidos graxos, mTOR, p53, sinalização de insulina, FOXO e sinalização de AMPK. Conclusões: Perfis de miRNAs séricos contribuiram para explicar as distintas capacidades cardiorespiratórias dos atletas. Além disso, as vias de sinalização dos genes alvo dos miRNAs determinantes para a separação dos grupos são vias determinantes para o esforço físico e para a capacidade cardiorespiratoria maxima. Finalmente, os miRNAs detectados podem servir como parâmetros para investigações mais detalhadas envolvendo a capacidade cardiorespiratoria de atletas de elite.