Análise do Nível de Coordenação Motora das Crianças do Projeto Escola da Bola (pef)
Por Siomara Aparecida Silva (Autor), Pablo Juan Greco (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Para especialistas em ciências do esporte as capacidades coordenativas compõem a
base da denominada "inteligência motora" (ROTH, 1999; HIRTZ, 1997; NEUMAIER,
1999). Lamentavelmente existe pouco consenso em relação aos elementos e
parâmetros que constituem a coordenação motora (CM). No entanto há sólidas
propostas para seu desenvolvimento e treinamento. As atividades devem relacionar
a recepção de informação com os condicionantes (pressão) da motricidade. (KRÖGER
& ROTH, 1999; NEUMAIER & MECHLING, 1995). Os objetivos da presente investigação
foram analisar o nível de CM de crianças de 6 a 13 anos do projeto PEB e verificar
as diferenças nos níveis de CM entre faixas etárias e gêneros. A amostra foi constituída
por 117 crianças de ambos os gêneros (75 meninos e 42 meninas).A CM foi avaliada
através da bateria desenvolvida por KIPPHARD e SCHILLING(1974) denominada "testes
de coordenação corporal para crianças" (KTK- Körperkoordination Test Für Kinder).
A bateria compõe-se de 4 testes: 1) Equilíbrio andando de costas;2) Saltitar com
uma perna;3) Saltos Laterais;4) Transposição Lateral. O Quociente Motor (QM) de
cada criança foi obtido referenciado na tabela de valores normativos do instrumento
original. Na análise descritiva verificaram-se decréscimos em ambos os gêneros ao
longo das idades no valor do QM. Em ambos os gêneros verificaram-se estados de
perturbação e insuficiência coordenativa quando analisados com base na tabela alemã.
Os valores médios do QM destas crianças G1(6)- 75, 53, G2(7)- 82, 82, G3(8)- 76,
54, G4(9)- 68, 97, G5(10)- 1, 29, G6(11)- 55, 03, G7(12)- 36, 10, G8(13)- 26,55
foram inferiores aos obtidos na população de Portugal (LOPES & MAIA, 1997; LOPES
et al., 2003). As crianças do PEB são identificadas como possuindo níveis de
desenvolvimento coordenativo muito baixo. Os grupos apresentaram-se diferentes
significativamente (p=0,05) nas idades de 6,7,8,9 anos quando comparados com os grupos
de 10,11,12,13 anos; com exceção do grupo de 8 e 9 anos para com o de 11 anos. Esta
análise sugere o agrupamento pedagógico e metodológico na planificação do processo de
ensino (GRECO & BENDA, 1998; ROTH et al, 2002). Nas meninas verifica-se menor
desenvolvimento coordenativo ao longo da infância apresentando valores superiores que
os meninos nos grupos de 10 (fem=85, 5, masc=76,07) e 11 (fem=86, 63, masc=82,53)
anos. O estudo indica a necessidade de testes e de tabelas de referencias validados para a
população brasileira.