Resumo

1 INTRODUÇÃO
O contra ataque de forehand é um dos movimentos mais utilizado em jogos de alto rendimento (MALAGOLI LANZONI; DI MICHELE; MERNI, 2014, p.309-317). Diversos fatores podem influenciar o local escolhido para contra-atacar, um deles é o intervalo de tempo disponível para identificar o estímulo (direção, velocidade e efeito da bola) e selecionar a resposta motora. Se o tempo disponível for muito curto o atleta pode não dispor de tempo suficiente para escolher a melhor região da mesa para contra atacar. Outros fatores que podem influenciar no local de contra-ataque são o posicionamento dos jogadores (contra-atacante e adversário), a situação do jogo (ex. ganhando, perdendo, última bola do jogo) e a preferência do jogador (local que possui mais confiança para contra-atacar). Embora existam diversos fatores que influenciem na região escolhida para contra-atacar, será que existe uma tendência ou um local predominante que mesatenistas de alto nível contra-atacam? Buscando responder a esta questão, o objetivo do presente estudo é analisar as regiões de contra-ataque mais utilizadas por mesatenistas de alto nível. 

2 METODOLOGIA
Foram analisados os vídeos dos 4 mesatenistas (homens; 26,7 ± 3,4 anos de idade; destros) que disputaram a medalha de bronze e de ouro nos Jogos Olímpicos de 2012. Esses vídeos foram baixados do canal youtube Olympic Channel no endereço (https://www.youtube.com/watch?v=0WzUzrSdHso) e foram registrados na frequência 50 Hz. A partir disso, por meio do programa KINOVEA 0.8.15 os vídeos foram analisados através da ferramenta “grade de perspectiva” que foi utilizada para pontuar o local exato onde a partir do movimento de contra ataque overdrive a bola era colocada.
Para o mapeamento dos locais de contra ataque a mesa oficial (2,74 x 1,52 m) foi divida em 64 partes iguais, 32 de um lado da rede e 32 do outro sendo cada metade constituída de 16 partes do lado direito e 16 partes do lado esquerdo. Cada parte media 0,34 x 0,19 cm e foram numeradas de 1 a 16 do lado direito e do lado esquerdo. Para ilustrar, cada lado se iniciou na posição 1D (direito) ou 1E (esquerda) sendo a posição 1 a mais distante da rede (posterior) e a mais lateral da mesa, já a posição 4 por exemplo foi a posição mais distante da rede e mais próxima a linha central da mesa (medial). A posição 13 foi a mais próxima da rede (anterior) e mais lateral e a posição 16 foi a mais próxima da rede e mais próxima da linha central da mesa. 

3 RESULTADOS, INTERPRETAÇÕES
O 4° colocado contra-atacou 31 bolas ao longo do jogo com maior prevalência de bolas nas posições 3E, 6E e 8E (regiões mais posteriores e mediais da parte esquerda da mesa) cada uma representando 12,9%. O 3° colocado contra-atacou 36 bolas com maior prevalência de bolas na posição 6E (13,88%). O 2° colocado contra-atacou 24 bolas sendo 16,66% de bolas na posição 2D (região posterior e lateral da parte direita da mesa) e 16,66 % na posição 8E. O 1° colocado contra-atacou 22 bolas com 16,18% das bolas atingindo a posição 12D (região anterior e medial da parte direita da mesa) . 
De forma geral, os quatro mesatenistas contra-atacaram 113 bolas utilizando o golpe forehand com maior prevalência de bolas nas posições 6E (12.38%) e 2E (8,84%), que são regiões mais posteriores na parte esquerda da mesa. Esta tendência em contra-atacar na parte esquerda da mesa poderia ser uma estratégia dos mesatenistas de alto nível para exigirem que seus adversários recebam o contra-ataque em posição mais desafiadora para jogadores destros. 

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados apontaram que mesatenistas de alto nível tendem a contra-atacar na região posterior da parte esquerda da mesa, mas também revelaram que não existe um padrão na posição onde a bola é golpeada tendo em vista que escolha do jogador é influenciada por diversos fatores (ex. situação do jogo e posição do jogador) que podem vaiar ao longo de uma partida. 

5 REFERÊNCIAS

MALAGOLI LANZONI, I.; DI MICHELE, R.; MERNI, F. A notational analysis of shot characteristics in top-level table tennis players. European journal of sport science, v. 14, n. 4, p. 309-317, 2014.

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