Análise Notacional do Contra-ataque de Forehand de Mesatenistas Olímpicos
Por Daniel Peterossi Rodrigues Santos (Autor), Roberto Negri Barbosa (Autor), Luiz Henrique Palucci (Autor), Matheus Machado Gomes (Autor).
Em XX Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e VII CONICE - CONBRACE
Resumo
1 INTRODUÇÃO
O contra ataque de forehand é um dos movimentos mais utilizado em jogos de alto rendimento (MALAGOLI LANZONI; DI MICHELE; MERNI, 2014, p.309-317). Diversos fatores podem influenciar o local escolhido para contra-atacar, um deles é o intervalo de tempo disponível para identificar o estímulo (direção, velocidade e efeito da bola) e selecionar a resposta motora. Se o tempo disponível for muito curto o atleta pode não dispor de tempo suficiente para escolher a melhor região da mesa para contra atacar. Outros fatores que podem influenciar no local de contra-ataque são o posicionamento dos jogadores (contra-atacante e adversário), a situação do jogo (ex. ganhando, perdendo, última bola do jogo) e a preferência do jogador (local que possui mais confiança para contra-atacar). Embora existam diversos fatores que influenciem na região escolhida para contra-atacar, será que existe uma tendência ou um local predominante que mesatenistas de alto nível contra-atacam? Buscando responder a esta questão, o objetivo do presente estudo é analisar as regiões de contra-ataque mais utilizadas por mesatenistas de alto nível.
2 METODOLOGIA
Foram analisados os vídeos dos 4 mesatenistas (homens; 26,7 ± 3,4 anos de idade; destros) que disputaram a medalha de bronze e de ouro nos Jogos Olímpicos de 2012. Esses vídeos foram baixados do canal youtube Olympic Channel no endereço (https://www.youtube.com/watch?v=0WzUzrSdHso) e foram registrados na frequência 50 Hz. A partir disso, por meio do programa KINOVEA 0.8.15 os vídeos foram analisados através da ferramenta “grade de perspectiva” que foi utilizada para pontuar o local exato onde a partir do movimento de contra ataque overdrive a bola era colocada.
Para o mapeamento dos locais de contra ataque a mesa oficial (2,74 x 1,52 m) foi divida em 64 partes iguais, 32 de um lado da rede e 32 do outro sendo cada metade constituída de 16 partes do lado direito e 16 partes do lado esquerdo. Cada parte media 0,34 x 0,19 cm e foram numeradas de 1 a 16 do lado direito e do lado esquerdo. Para ilustrar, cada lado se iniciou na posição 1D (direito) ou 1E (esquerda) sendo a posição 1 a mais distante da rede (posterior) e a mais lateral da mesa, já a posição 4 por exemplo foi a posição mais distante da rede e mais próxima a linha central da mesa (medial). A posição 13 foi a mais próxima da rede (anterior) e mais lateral e a posição 16 foi a mais próxima da rede e mais próxima da linha central da mesa.
3 RESULTADOS, INTERPRETAÇÕES
O 4° colocado contra-atacou 31 bolas ao longo do jogo com maior prevalência de bolas nas posições 3E, 6E e 8E (regiões mais posteriores e mediais da parte esquerda da mesa) cada uma representando 12,9%. O 3° colocado contra-atacou 36 bolas com maior prevalência de bolas na posição 6E (13,88%). O 2° colocado contra-atacou 24 bolas sendo 16,66% de bolas na posição 2D (região posterior e lateral da parte direita da mesa) e 16,66 % na posição 8E. O 1° colocado contra-atacou 22 bolas com 16,18% das bolas atingindo a posição 12D (região anterior e medial da parte direita da mesa) .
De forma geral, os quatro mesatenistas contra-atacaram 113 bolas utilizando o golpe forehand com maior prevalência de bolas nas posições 6E (12.38%) e 2E (8,84%), que são regiões mais posteriores na parte esquerda da mesa. Esta tendência em contra-atacar na parte esquerda da mesa poderia ser uma estratégia dos mesatenistas de alto nível para exigirem que seus adversários recebam o contra-ataque em posição mais desafiadora para jogadores destros.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados apontaram que mesatenistas de alto nível tendem a contra-atacar na região posterior da parte esquerda da mesa, mas também revelaram que não existe um padrão na posição onde a bola é golpeada tendo em vista que escolha do jogador é influenciada por diversos fatores (ex. situação do jogo e posição do jogador) que podem vaiar ao longo de uma partida.
5 REFERÊNCIAS
MALAGOLI LANZONI, I.; DI MICHELE, R.; MERNI, F. A notational analysis of shot characteristics in top-level table tennis players. European journal of sport science, v. 14, n. 4, p. 309-317, 2014.