Resumo

O autor da presente pesquisa escolheu Juiz de Fora, uma importante cidade de Minas Gerais, situada entre as principais capitais do país, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, para analisar o perfil de gestão do dirigente esportivo dos clubes escolhidos. Ao longo da referida análise, que acabou se tornando uma pesquisa de grande profundidade, o autor destaca o crescimento e a decadência do esporte competitivo, outrora celeiro de atletas com projeção no cenário nacional, como os campeões olímpicos e mundiais de voleibol Giovane Gávio, André Nascimento e a campeã nacional Márcia Fu, além dos atletas de escol em outras modalidades. O objetivo principal foi Identificar o perfil de gestão baseado no discurso dos dirigentes esportivos de clubes da cidade de Juiz de Fora, justificando-se, entre outras, pela contribuição com a comunidade acadêmica na formação de recursos humanos para a gestão do esporte. O presente trabalho cita o depoimento de docentes estrangeiros e os compara à atual situação do esporte brasileiro, descendo na hierarquia aé cidades como Juiz de Fora e estabelecendo parâmetros que talvez venham a servir para alavancar o esporte nesta cidade mineira, podendo-se, inclusive, se utilizar do modelo positivo da estrutura administrativa em sua entidade máxima do voleibol brasileiro, a CBV, cuja eficácia se reflete no campo de competição, com as conquistas obtidas em eventos internacionais em que toma parte, seja nas divisões de base, seja nas disputas entre adultos de ambos os sexos. A metodologia utilizada tentou entender o porquê dos clubes da cidade não mais conseguirem colocar suas modalidades esportivas competitivas disputando boas colocações das categorias adultas nas principais competições em nível nacional e, para tal, baseou-se nas entrevistas através de questionário fechado e perguntas abertas, caracterizando um estudo quanti-qualitativa, utilizando-se, para a interpretação das respostas de uma estatística descritiva e da análise do conteúdo, determinando e definindo as categorias e subcategorias a posteriori. O autor concluiu que a queda de produção do esporte em Juiz de Fora tem como contribuição a má formação e o amadorismo do dirigente esportivo atuante na cidade, reflexo da situação ocorrente no país, onde a cúpula ocupante das principais funções nos clubes, federações e confederações não têm pertinência à área de administração esportiva. As conclusões indicam que os aspectos negativos se situam em maior número do que os positivos na gestão esportiva de Juiz de Fora, entendendo-se como um dos principais problemas, o abandono do associado no que tange à frequência ao clube, uma vez que a instituição já não oferece atividades esportivas e de lazer em suas dependências, o que diminui a relação da entidade com o sócio, deixando de existir fidelidade. A pobreza das respostas e a transferência da culpa pela atual situação para as autoridades dos órgãos públicos ligados direta ou indiretamente ao esporte, evidenciam até uma irresponsabilidade própria de quem não tem competências básicas para gerir uma instituição clubística social esportiva. Deve-se destacar também o nível de empregabilidade direta e indireta que deixam de existir em função da falta de planejamento, já que, ao cumprirem seus mandatos, os dirigentes levam consigo toda a experiência adquirida, não oferecendo aos seus sucessores a continuidade do cargo. Conclui-se, também que, o esporte em Juiz de Fora não vem a reboque do crescimento da cidade, ao contrário, é um importante fator de desenvolvimento.

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