Resumo

A análise do chute através de técnicas biomecânicas pode auxiliar na compreensão do comportamento e organização do sistema motor. Ao identificar a predominância, emergência ou variabilidade de um padrão de movimento, deve-se considerar a interação de elementos internos e externos ao indivíduo, seja o ambiente onde está sendo executada a ação, as características que envolvem a tarefa ou as particularidades do organismo do executante. O objetivo deste trabalho foi analisar e comparar o padrão de movimento e o desempenho da habilidade motora chutar, a um alvo, em duas condições: bola parada e bola em movimento. Com o propósito de detectar a influência da faixa etária na execução desta tarefa, participaram deste estudo 10 crianças divididas em dois grupos: G1 (8 a 9 anos) e o G2 (12 a 13 anos). Cada criança realizou 10 chutes a um alvo em ambas as condições. As tentativas foram capturadas por duas câmeras de alta velocidade e foram obtidos dados referentes ao desempenho, variabilidade, coordenação e amplitude do movimento. A análise estatística detectou ajustes na coordenação e amplitude do movimento além de um aumento da variabilidade na condição da bola em movimento. Em relação à idade, foram encontradas diferenças estatisticamente significantes na velocidade do pé. Os resultados demonstraram que os grupos etários estudados apresentaram ajustes similares na coodenação do movimento. A condição da bola provocou adaptações no padrão de movimento, entretanto, apesar do aumento nos níveis de variabilidade, não exerceu influência no desempenho do chutar.

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