Análise da Postura do Professor de Educação Física no Ensino da Educação Infantil
Por Ana Cristina Vasconcelos Barros (Autor), Arianne Carvalhedo Dias dos Reis (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Esta pesquisa teve como finalidade principal analisar a postura do professor de
Educação Física no ensino da Educação Infantil no que diz respeito às suas
concepções de ensino e prática pedagógica, a fim de compreender seu
desenvolvimento profissional e sua (des)valorização no ensino escolar. O trabalho
foi desenvolvido junto a 10 professores da educação infantil em cinco instituições
entre creches, escolas públicas e particulares de pequeno e grande porte na cidade de
Fortaleza, Ceará. A pesquisa teve como instrumento de coleta questionários semiestruturados aplicados a professores e ‘técnicos’ de Educação Física atuantes nestas
instituições de ensino, assim como professores de outras áreas que atuavam com
conteúdos da cultura corporal de forma sistematizada, procurando identificar as
dificuldades, perspectivas e concepções encontradas por estes profissionais em sua
prática. No conteúdo deste questionário foram evidenciados como pontos relevantes
o grau de instrução dos entrevistados, a sua visão quanto à dimensão socioeconômica
de seus alunos e suas perspectivas e práticas para o desenvolvimento das aulas de
Educação Física (ou equivalente) na Educação Infantil. Foi verificado que 90% dos
profissionais tem nível superior, apesar de nem sempre este curso ser a Licenciatura
em Educação Física. Quanto aos objetivos das aulas e avaliação dos alunos, as repostas
se restringiram ao desenvolvimento motor. Outro aspecto relevante na pesquisa foi
o envolvimento do professor no Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola, sobre
o qual 90% dos respondentes afirmaram ter conhecimento, mas apenas 60% participa
de sua elaboração. Os resultados demonstram também que os professores - e a
escola em geral -, não leva em consideração informações relevantes a respeito da
realidade social de seus alunos, dados estes que consideramos fundamentais para o
planejamento escolar. Fica claro, então, o esparco preparo dos profissionais quanto
à adequação de suas atividades e planejamento à realidade social da comunidade
com a qual está trabalhando, tornando difícil uma educação crítica em busca da
transformação. Nesse sentido, este trabalho chama a atenção para a problemática
que se evidencia nas escolas de Educação Infantil da capital cearense sobre a qual
ressaltamos que é necessário que o professor conheça o seu papel dentro da escola
como transformador da realidade social para que assim possa contribuir no processo
de formação crítica de seu educando.