Análise do Potencial Mutagênico dos Esteroides Anabólicos Androgênicos (eaa) e da L-carnitina Mediante o Teste do Micronúcleo em Eritrócitos Policromáticos
Por Rodrigo Pinheiro Araldi (Autor), Décio Gomes de Oliveira (Autor), Douglas Fernandes da Silva (Autor), Thais Biude Mendes (Autor), Edislane Barreiros de Souza (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 19, n 6, 2013.
Resumo
INTRODUÇÃO: Os esteroides anabólicos androgênicos são usados por pessoas que desejam aumentar sua massa muscular para obter um melhor desempenho nos esportes ou melhorar a aparência física. Os EAA são derivados sintéticos da testosterona, capazes de promover a hipertrofia das fibras musculares, aumentando a síntese proteica intracelular. A L-carnitina é um suplemento alimentar empregado para aumentar a produção energética por meio da oxidação de ácidos graxos. Embora haja trabalhos mostrando as propriedades fisiológicas dessas drogas, há poucos estudos sobre o potencial mutagênico das mesmas.
OBJETIVOS: Este trabalho avaliou a clastogenicidade e genotoxicidade do decanoato de nandrolona, decanoato de testosterona e da L-carnitina, em diferentes tratamentos, através do teste do micronúcleo em eritrócitos policromáticos de ratos Wistar.
MÉTODOS: Os animais foram submetidos a diferentes concentrações e associações de EAA. O controle positivo recebeu ciclofosfamida 50 mg/kg através de injeção intraperitoneal e o controle negativo, 1 ml de soro fisiológico por gavagem. Os ratos foram sacrificados após 36 horas da última aplicação, tendo seus fêmures removidos e a medula óssea extraída. O material foi homogeneizado e centrifugado. O botão de células foi pipetado e transferido para as lâminas, que foram coradas com Giemsa. Foram contados 1.000 eritrócitos policromáticos por animal, observando a frequência de micronúcleos.
RESULTADOS: Foi realizado o teste de Kruskal-Wallis, com nível de significância de 5%, que demostrou que o decanoato de nandrolona - três doses de 0,2 mg/kg e 0,6 mg/kg, oito doses de 7,5 mg/kg, L-carnitina - sete doses de 0,4 ml/250g e 1,5 ml/250g, decanoato de testosterona - 28 doses de 0,075 mg/kg, decanoato de nandrolona - oito doses de 7,5 mg/kg associado a L-carnitina 1 ml e decanoato de nandrolona - oito doses de 7,5 mg/kg associado à decanoato de testosterona - oito doses de 7,5 mg/kg apresentaram potencial mutagênico.
CONCLUSÃO: Os tratamentos revelaram-se clastogênicos, não sendo indicado como recurso ergogênico.