Análise Quantitativa dos Neurônios Nadh-diaforase Positivos do Colo Distal de Ratos Diabéticos Tratados com Ácido Ascórbico
Por Priscila de Freitas (Autor), Marcílio Hubner de Miranda Neto (Autor), Jacqueline Nelisis Zanoni (Autor).
Resumo
O aparelho digestório no diabetes mellitus (DM) é intensamente acometido, sendo que a diarréia e a constipação são as manifestações clínicas mais freqüentes. A etiologia destes distúrbios não é totalmente esclarecida, porém constata-se que alterações degenerativas no Sistema Nervoso Entérico estão relacionadas ao desenvolvimento da neuropatia diabética. Em avaliação mais direcionada aos efeitos do DM sobre os neurônios mioentéricos, foram observadas reduções no número e também alterações com os neurotransmissores. Vários estudos têm considerado alguns fatores como responsáveis pelo estabelecimento dessas alterações degenerativas. Entre as possíveis causas estão presentes: a) lesão dos nervos periféricos em conseqüência da alteração na microcirculação (vasa nervorum); b) estresse oxidativo, que é intensificado no DM; c) elevação do nível de sorbitol. O ácido ascórbico (AA) é uma droga que melhora o estresse oxidativo e reduz a concentração do sorbitol através da inibição da enzima aldose redutase. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito neuroprotetor do AA sobre os neurônios mioentéricos NADH-diaforase positivos do colo distal de ratos, quatro meses após a indução do DM experimental com estreptozootocina. Três grupos com dez ratos cada foram usados: C - controles, D- diabéticos, DA- diabéticos tratados com AA. Para evidenciação dos neurônios mioentéricos foi realizada a técnica histoquímica NADH-diaforase. A análise quantitativa foi realizada na região intermediária em cada colo distal estudado. Nos animais diabéticos ocorreram elevação da glicemia e hemoglobina glicada. Nos animais diabéticos suplementados com AA observou-se uma pequena redução na glicemia. No grupo D, o número de neurônios NADH-diaforase positivos reduziu significativamente (p<0.05) em relação ao grupo C, e quando comparamos o grupo C com o DA, não encontramos diferenças significativas. O tratamento com AA preveniu a redução do número de neurônios do grupo DA em 10,89% quando comparados com o grupo D (p>0.05).