Análise de Registros das Academias de Atividades Aquáticas em Campo Grande-ms
Por Janaina Vasconcelos Martins (Autor).
Integra
INTRODUÇÃO:
Hoje, a saúde é algo preocupante, visto que o sedentarismo, a obesidade e o estresse são alguns dos causadores de doenças e até morte. Assim, estabelecimentos que oferecem atividades físicas são procurados pela população para melhora de condicionamento físico e qualidade de vida. Esses devem oferecer ao público, qualidade, segurança e profissionais da Educação Física. Para o Conselho Regional de Educação Física da 11ª Região (CREF 11/ MS-MT), o número destes estabelecimentos cresce anualmente, em particular, a abertura de academias. Para isso, profissionais e academias devem ser registrados nas entidades fiscalizadoras do exercício de profissões, segundo a Lei 6.839/1980 e Resolução 055/2007 presentes na Legislação do CREF 11. Para correta manutenção das academias também é exigida a exposição, em local visível, do nome do responsável pela academia, do seu número de registro no CREF e do Alvará de Funcionamento da Prefeitura (Leis 2.826/1991 e 2.877/2004). Dessa forma, a pesquisa buscou identificar, entre as academias de atividades aquáticas de Campo Grande, a presença ou não de registros e alvarás.
METODOLOGIA:
Essa pesquisa caracteriza-se como descritiva e os dados foram obtidos por meio de roteiro de observação da estrutura física (79 questões fechadas) e de entrevista (10 questões) com os professores das academias. Esses instrumentos foram previamente elaborados e testados. Os pesquisadores buscaram identificar a existência de academias de atividades aquáticas em Campo Grande-MS, no ano de 2008, independentemente de registro no CREF 11/ MS-MT. Foram encontradas 36 academias, espalhadas por diversos bairros da cidade. Todos os estabelecimentos ofereciam como atividades aquáticas a natação e a hidroginástica. Para essa pesquisa, foram analisadas as questões do roteiro de observação e da entrevista que envolviam os itens sobre registro no CREF/MS e existência de Alvarás de Funcionamento junto a Prefeitura Municipal de Campo Grande.
RESULTADOS:
Para análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva de freqüência. Das 36 (trinta e seis) academias, a maioria delas não havia os documentos (Alvarás e Registro CREF) expostos publicamente em mural. Assim, questionou-se aos professores a existência dos mesmos. Das respostas obtidas, cinco disseram não possuir os Alvarás de Funcionamento da Prefeitura Municipal, seis não ter o Registro no CREF/MS e quatro não possuíam ambos os itens. Com exceção destas 15 academias, supunha-se que as demais cumpriam as exigências legais referenciadas pelo CONFEF/CREF. Contudo, no CREF/MS existiam apenas 12 academias direcionadas para atividades aquáticas registradas, o que confronta com os dados dessa pesquisa. O que se pode inferir é que o uso da entrevista, como instrumentos de coleta de dados, pode comprometer a confiabilidade da pesquisa, visto que os entrevistados podem manipular suas respostas, omitindo ou mentindo sobre os itens questionados. Diante disto, sugere-se que em próximas pesquisas, a parte documental seja solicitada na forma impressa.
CONCLUSÕES:
Ao considerar que das 36 academias que atuam com atividades aquáticas em Campo Grande somente 12 tinham registro no CREF e Alvarás, conclui-se que a maioria delas atua ilegalmente. Essa questão interfere tanto na credibilidade do estabelecimento quanto no que se refere à saúde coletiva. Sabe-se que a higiene do ambiente aquático requer cuidados especiais, pois é local propício para a disseminação de doenças, como as micoses. As entidades fiscalizadoras sem o controle das academias clandestinas, dependem de denúncias públicas. Infelizmente, a população é pouco esclarecida quanto à gravidade do fato e não reconhece esta problemática como de saúde pública. Denúncias devem ser feitas aos órgãos competentes, pois os locais ilegais podem ter pessoas desqualificadas que comprometem a saúde dos praticantes. Diante disso, sugere-se a realização de campanhas educativas para a população e a intervenção do CREF e da Prefeitura Municipal junto às entidades ilegais, pois assim pode ser que haja uma mudança segura do estilo de vida da população e da imagem dos profissionais de Educação Física que a cada dia conquistam espaço e o respeito da sociedade.