Resumo

O tônus simpático elevado e o aumento da Resistência Vascular Periférica (RVP) são características determinantes para o início e manutenção da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). O exercício físico é uma importante ferramenta no controle dos níveis pressóricos, porém sua influência direta no controle vasotônico periférico ainda é pouco explorada. O objetivo do presente estudo foi verificar as respostas vasopressóricas ao estímulo simpático provocado pela infusão de tiramina em ratos espontaneamente hipertensos (SHR) e seus respectivos animais normotensos controles (Wistar Kyoto – WKY), após a realização de um protocolo de treinamento físico aeróbico por natação. Para execução do trabalho, 33 ratos (48-50 semanas de idade) foram submetidos ou não a um protocolo de natação por oito semanas resultando em quatro grupos experimentais: normotensos sedentários (NS, n=7), normotensos treinados (NT, n=8), hipertensos sedentários (HS, n=9) e hipertensos treinados (HT, n=10). Pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC), variabilidade da FC (VFC) no domínio do tempo e da frequência e variabilidade da PA (VPA) foram registrados em condições basais. Em seguida, foi realizada a infusão de tiramina em três doses (75, 150 e 300 μL/Kg). Nos resultados, encontramos uma redução significativa da FC e da PA, diminuição do tônus simpático e aumento do tônus vagal, menor índice simpato-vagal, menor resposta ao estímulo com a tiramina e menor quantidade de fibrose nos tecidos hepáticos e renais do grupo hipertenso treinado (p<0,05). A VFC está reduzida no grupo hipertenso sedentário, associada ao alto índice do componente LF e baixo índice da banda HF, comparado ao grupo hipertenso treinado. A VPA apresentou-se aumentada no grupo HS. A resposta do grupo HT à tiramina foi significativamente menor do que no grupo HS, sugerindo uma redução da RVP. Dessa forma, concluímos que o treinamento físico aeróbio é capaz de atenuar o impacto da HAS, atuando tanto na adequação do balanço autonômico cardiovascular como reduzindo a RVP, provavelmente por estimular uma menor liberação de norepinefrina ao estímulo simpático.

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