Resumo

O objetivo desta pesquisa foi determinar os fatores que influem sobre a  participação das mulheres nos postos de governança das federações esportivas olímpicas chilenas. Na atualidade a participação feminina na direção das federações esportivas olímpicas é muito baixa, correspondendo somente ao 11,5% do total dos postos de governança destas federações, os quais geralmente são postos de menor poder dentro da junta diretiva; sendo este baixo nível de representação uma situação que também acontece em outras áreas de representação da sociedade chilena.  Nesta pesquisa foi desarrolhada uma revisão da história do esporte feminino no Chile, junto a um análise da participação feminina no esporte amador e competitivo na atualidade e com uma revisão de algumas teorias feministas sobre as dificultardes que enfrentam as mulheres ao momento de tentar aceder aos postos de governança; sendo esta informação complementada com as referências teóricas do sociólogo francês Pierre Bourdieu.  A informação sobre as dificuldades que tem as mulheres nos postos de governança das federações olímpicas foi obtida através da aplicação de entrevistas qualitativas semiestruturadas aplicadas a mulheres que ao momento da entrevista desempenhavam-se como dirigentes de seis federações olímpicas de dito pais. As entrevistas foram realizadas através de vídeo chamadas utilizando a plataforma Google Meet, isto por causa da distância geográfica das entrevistadas com o entrevistador e por causa da pandemia do vírus Covid-19. As entrevistas foram analisadas através do software ATLAS.ti, um programa de análise de informação qualitativa que permite obter dados da informação recopilada e gerar uma análise ao nível sistémico ou de redes.  As dirigentes entrevistadas sinalam como elementos que favorecem de sua gestão o contar com experiencia como atletas da disciplina esportiva, o apoio familiar, a força de caráter e os conhecimentos professionais derivados de seus estudos. Como elementos que dificultam sua gestão esportiva, as entrevistadas sinalam a existência de estereótipos de gênero dentro das diretivas de suas respetivas federações, o participar de diretivas masculinizadas e trabalhar com dirigentes idosos.   Como recomendações para contribuir com aumentar a participação feminina são sugeridas a incorporação de quotas de gênero, a implementação de programas de capacitação, o desenvolvimento de manuais de boas práticas de trabalho enfocadas em gênero, transparentar os processos de eleição ou designação de cargos, transparentar e socializar as cifras de participação e flexibilizar horários e reuniões de trabalho. 

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