Análise Somatotipológica em Atletas de Futebol com Idade Entre 06 e 20 Anos: Um Estudo Transversal
Por Izadora Moreira da Silva (Autor), Sarah Pereira Ramos (Autor), Pauliana Valéria Machado Galvão (Autor), Roberto Fares Simão Junior (Autor), Carlos Vinicius de Souza Heggeudorn Herdy (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
INTRODUÇÃO: As avaliações somatotipológicas são usadas como um possível método de estimativa do perfil físico dos atletas. Entretanto, diversos fatores podem influenciar a composição corporal destes jogadores, em virtude disso, torna-se importante levar em consideração os aspectos fisiológicos, genéticos, antropométricos, adaptações ao treinamento, etnia, entre outros fatores. A literatura tem apontado a existência de possíveis variações entre as características somatotipológicas, de acordo com a posição e categoria dos jogadores, assim como a nacionalidade. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi analisar as características somatotipológicas, em atletas de futebol, com idade entre seis e vinte anos de um clube de elite do futebol brasileiro, separando-os por grupo etário e posição de jogo. MÉTODOS: Estudo descritivo, a amostra consistiu de 706 jogadores de futebol das categorias de base e divididos em 5 grupos: Sub11 (n= 95); Sub-13 (n = 104); Sub-15 (n = 214); Sub-17 (n = 116); Sub-20 (n =139). As avaliações somatotipológicas foram analisadas com base no protocolo de HEATH-CARTER (1990), através das medidas antropométrica dos indivíduos, que consistiu na aferição da massa corporal e estatura, por meio da utilização de uma balança (Welmy Classe III, Brasil, 2014); dos perímetros de antebraço, braço, coxa e panturrilha (todos de ambos os lados), tórax, cintura, abdômen e quadril, com utilização de fita métrica (Sanny, Brasil, 2012); das dobras cutâneas tricipital, subescapular, supra ilíaca, abdominal, supra espinhal, coxa, panturrilha, peitoral e axilar média, com adipômetro (Lange SkinfoldCaliper, Beta Technology, EUA, 2008) e dos diâmetros ósseos bi estiloide, bi epicondiliano, bi condiliano e bi maleolar, com paquímetro (Sanny, Brasil, 2012). Deste modo, as classificações consideradas, segundo a literatura, foram: mesoendomorfo, mesoectomorfo, ectomesomorfo, ectoendomorfo, endomesomorfo, endoectomorfo, mesomorfo balanceado, endomorfo balanceado, ectomorfo balanceado e central. O percentual de gordura foi feito utilizando o protocolo de Yuhasz (1962), que consiste na soma das dobras tricipital, subescapular, supra ilíaca, abdominal, coxa e axilar média x 0,095 + 3,64. A análise descritiva (média e desvio padrão) foi realizada através do Excel 2016, bem como o cálculo da classificação somatotipológicas. RESULTADOS: Foi possível notar que a categoria sub-20 obteve classificação do somatotipo como mesoendomorfo; sub-17, sub-15 e sub-11 como mesomorfo balanceado, que caracteriza indivíduos com equilíbrio entre os três tipos de composição corporal (endomorfia, mesomorfia, ectomorfia), e sub-13 como mesoectomorfo. Ao considerar as posições em campo de cada jogador, constatou-se variações nos somatotipos entre as categorias e posições (tabela1), apesar dos atletas terem, em sua maioria, predominância da mesomorfia. Tal fato desta predominância, possivelmente está associado aos ganhos de massa muscular, através das adaptações fisiológicas do treinamento físico-esportivo destes atletas. No entanto, as diferenças somatipológicas entre as posições dos jogadores, nas diferentes categorias, indicam variações nos perfis entre esses jogadores, não apresentando dados mais conclusivos para oferecerem suporte a futuras prescrições de treinamento e seleção de talentos, por meio da determinação do somatotipo desses jogadores de futebol. No presente estudo, a ectomorfia esteve presente em maiores valores na categoria sub-13, mas também, esteve presente nos jogadores da categoria sub-15, que potencialmente pode estar relacionado com a fase de estirão desta faixa etária, uma vez que a ectomorfia incorpora em seus cálculos os valores de altura e peso, sendo a principal característica altura e magreza. Além disso, é importante ressaltar as possíveis influências maturacionais na composição corporal, além de outros aspectos como a genética, adaptações ao treinamento, tipo de treino, ambiente, nutrição, ente outros fatores. A aparição da mesomorfia como predominante nas categorias corrobora com outros achados da literatura, acerca da mesomorfia, fator essencial para atletas desse desporto, pois tal somatotipo está associado a característica de massa muscular. O jogo de futebol exige mudanças rápidas de direção, saltos, dribles, contato corporal com o adversário, tiros de velocidade, entre outros, que acabam exigindo maior força muscular dos jogadores, relacionando-se, assim, com o aumento de massa corporal dessa população. Deve-se salientar que não houve controle no estado maturacional dos atletas para as avaliações dos resultados. CONCLUSÃO: Na literatura, as avaliações do somatotipo ainda são inconclusivas a respeito da influência no desempenho físico-esportivo em atletas das categorias de base do futebol de campo. Entretanto, constata-se que atletas do sexo masculino apresentam uma alta relação com a mesomorfia, independente da posição de jogo. Ademais, foi possível findar que os atletas das categorias de base, do presente estudo, apresentaram diferenças entre as posições dos jogadores e as faixas etárias, sendo as categorias sub-17, sub-15 e sub-11 mesomorfo balanceado, sub-20 mesoendomorfo e sub-13 mesoectomorfo.