Análise do Treino do Crucifixo nas Argolas
Por Paulo Daniel Sabino Carrara (Autor), Luis Mochizuki (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Introdução:A Ginástica Artística Masculina (GAM) traz novos desafios aos técnicos
quanto ao planeamento de cargas no treino. Exigências de novas combinações de
elementos de força nos Exercícios de Argolas (EA) induzem a necessidade de
aumentar o treinamento desta capacidade, e para isto diversos métodos podem ser
utilizados. Desta forma, o objetivo deste é estudar por meio da biomecânica os
métodos de treinamento de força para os EA na GAM. Analisamos diferentes
métodos de treino do elemento estático realizado nas Argolas denominado crucifixo
para verificar se tais métodos contribuem para diminuir a carga mecânica no exercício.
BERNASCONI (2004) descreveu a função de um aparelho auxiliar muito utilizado no
treino do crucifixo, e comparou por eletromiografia a atividade muscular nas duas
situações - argolas e aparelho auxiliar. Mostrou resultados que sugerem mudança de
coordenação na execução do movimento no aparelho auxiliar; isto porque a posição
anatómica dos antebraços no mesmo não é idêntica nas argolas; o que vai contra a
ideia do treino especifico do elemento. Material e Método: Quantificamos por análise
vetorial as forças resultantes existentes em situações estáticas em diferentes tipos de
treinos do crucifixo, analisamos as diferentes forças existentes entre os métodos
utilizados e as Argolas, comparando os valores obtidos. Resultados e Conclusões:
Observamos que dentre os métodos existentes somente em determinadas situações
foram encontrados valores de forças similares aos existentes com Argolas em
competição. A modificação de parâmetros (comprimento dos cabos das Argolas,
mudança no ponto de apoio do antebraço) implicam variações na forca horizontal
e de tensão do cabo. Estas forças acarretam na mudança de estabilidade das Argolas
e incidem na execução - facilitada ou dificultada - do crucifixo. As forças podem ser
diferentes das encontradas nas argolas em competição, implicando cargas maiores
que as esperadas. Portanto os métodos utilizados no treinamento podem ser contrários
aos objectivos iniciais propostos pelos técnicos. A partir das características encontradas
nos métodos de treino, é necessária orientação sobre utilização mais cuidadosa dos
aparelhos auxiliares. Mais estudos são necessários para quantificar cargas específicas
a características antropométricas e condição física do ginasta em situações dinâmicas
afim de melhor manipular as cargas de treino e contribuir no planeamento mais
consistente do treino do crucifixo nas Argolas.