Análise de Variáveis Cinemáticas e do Consumo de Oxigênio em Uma Corrida de 10 Km: Estudo de Caso
Por Carina Fraga (Autor), Giovani Cunha (Autor), Felipe Pivetta Carpes (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A corrida é uma atividade motora complexa que envolve uma substancial parcela
dos músculos do corpo. Nesse sentido, mudanças na freqüência e amplitude
de passada acarretam alterações na demanda aeróbica da atividade. Objetivo:
Analisar o comprimento e a freqüência de passada, assim como o consumo de
oxigênio, em uma corrida de 10 km, em que a velocidade era mantida constante.
Material e método: Um atleta do sexo masculino, com dois anos de experiência
em provas de triathlon, participou de dois testes com um intervalo mínimo de
48 horas entre eles, para: 1) determinação do consumo máximo de oxigênio
(VO2 máx.), durante corrida em esteira (Quinton, USA), com velocidade inicial
de 9 km.h-1 e incrementos adicionais de 1 km.h-1 a cada 1 minuto, até a
exaustão voluntária; e, 2) corrida de 10 km com velocidade fixada em 14,4
Km.h-1, em que foram coletados os dados cinemáticos de comprimento e
freqüência de passada, simultaneamente com os dados de VO2, durante 3
intervalos da corrida de 10 km (1°, 5° e 9° km). Para o teste (1), as trocas
gasosas foram monitoradas utilizando-se um ergoespirômetro da marca MGC
modelo CPX/D (Medical Graphics Corp., St Louis, EUA). Para o teste (2),
foram utilizados uma esteira da marca Quinton (USA) e um sistema de
cinemetria Peak Motus (Peak Performance, Inc., USA), além do sistema de
ergoespirometria já citado. Foi realizada uma filmagem bidimensional no plano
sagital, de dez ciclos de passada, com taxa de amostragem de 60 Hz. Resultados:
O VO2 máx. do atleta foi 66 ml.kg-1.min-1 e o VO2 relativo nos intervalos de
coleta foram 80,47 %, 78,65 % e 79,24% do VO2 máx. O comprimento de
passada foi de 0,96 m, 0,97 m e 0,98 m, enquanto que a freqüência de passada
foi de 86,12 passadas.min-1, 86,12 passadas.min-1 e 85,71 passadas.min-1, para
1°, 5° e 9° km, respectivamente. Conclusões: Os resultados indicaram um
comportamento similar para as variáveis analisadas entre os intervalos,
possivelmente devido ao controle da velocidade. Isso sugere que a distância
percorrida não foi suficiente para produzir mudanças relacionadas à indução
de fadiga. Especula-se que o incremento na intensidade e na duração do exercício
pode afetar de maneira significativa as variáveis analisadas neste estudo de
caso.