Análise da Velocidade Linear da Ponta do Pé Durante o Chute
Por Carlos Bolli Mota (Autor), Clarissa Teixeira (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Estudiosos em biomecânica do esporte analisam diferentes modalidades identificando
as características cinemáticas que definem uma performance de elite, ou que
determinam fatores que podem limitar o desempenho. O chute com o dorso do pé,
ganha uma significativa importância, pela maior potência e boa precisão obtida com
sua execução. Sua análise torna-se importante para a compreensão da motricidade
humana, pois assim pode-se entender como o movimnento é controlado,
assessorando o profissional da Educação Física. Neste estudo buscou-se verificar a
velocidade linear da ponta do pé durante o chute. Foram analisados três jogadores
de futebol de campo, destros, das categorias pré-mirim (S1), infantil (S2) e juniores
(S3), com idades respectivas de 10, 15 e 19 anos. Utilizou-se o sistema Peak Motus
com duas câmeras de vídeo operando a 180 Hz. Foram analisados os seguintes
instantes: saída do pé de ataque, toque do pé de apoio, toque na bola e final do
movimento. Os resultados mostraram que a velocidade linear da ponta do pé dos
três sujeitos apresenta similaridade durante a maior parte do movimento. Porém, o
S2 apresentou os maiores valores e o S3 os menores. No início do movimento os
três sujeitos apresentaram velocidades semelhantes. Depois da metade do movimento
o S2 apresentou os maiores valores e o S3 diminuiu sua velocidade, mas ao final do
movimento passou a apresentar os maiores valores. A maior velocidade linear ocorreu
depois da metade do movimento, e o S1 apresentou menores valores durante o
movimento. Os valores da velocidade linear da ponta do pé para o S1, S2 e S3 no
instante da saída do pé de ataque foram 2,39 +/- 0,20 m/s, 1,90 +/- 0,42 m/s e 2,25
+/- 0,15 m/s, respectivamente. Ao analisar o instante do toque do pé de apoio os
resultados foram 6,43 +/- 0,16 m/s para o S1, 7,90 +/- 0,53 m/s para o S2 e 8,43
+/- 0,67 m/s para o S3. Estes resultados apresentam-se similares a valores
encontrados na literatura. No final do movimento os três sujeitos apresentaram
valores respectivos de 5,30 +/- 0,72 m/s, 6,45 +/- 0,28 m/s e 12,35 +/- 3,96 m/s.
A velocidade linear máxima da ponta do pé foi 13,31 +/- 1,56 m/s para o S1, 17,73
+/- 0,38 m/s para o S2 e 19,66 +/- 0,18 m/s para o S3. Estes dados também se
aproximam dos valores encontrados na literatura. Com esses resultados, sugere-se
que a velocidade linear da ponta do pé apresenta-se similar para indivíduos de
categorias de base e ainda semelhante quando comparada a valores apresentados na
literatura.