Resumo

A profissionalização do futebol tem provocado a adoção de uma gestão corporativa e estratégica. Neste sentido, a atenção com a contratação de profissionais capacitados é cada vez mais elevada, tanto em relação à experiência, formação, competências quanto as suas motivações. Além de competências, consideram-se também as suas Âncoras de Carreira, que são uma combinação de motivações, preferências, interesses, aspirações e valores que representam a essência do trabalhador. Este estudo teve como objetivo geral aplicar o inventário de Âncoras de Carreira e analisar os resultados obtidos na amostra da população de executivos e gerentes de futebol. Como objetivos específicos, a ordenação e classificação das Âncoras de Carreira da amostra, verificando semelhanças entre os resultados obtidos com as habilidades definidas para o exercício profissional. Esta pesquisa quantitativa, de corte transversal e descritiva, teve como amostra 26 executivos e/ou gerentes de futebol que atuaram em clubes do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2019, de uma população de 70 profissionais afiliados à Associação Brasileira de Executivos de Futebol. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi o inventário Âncoras de Carreira elaborado por Schein e Maanen (1993), extraído do livro Carrer Anchors por Dutra e Albuquerque (2008), o qual as classificam em oito diferentes categorias: Competência Técnica, Competência Gerência Geral, Independência, Segurança, Empreendedorismo, Dedicação à uma Causa, Puro Desafio e Estilo de Vida. Foram realizadas análises descritivas, considerando média e desvio padrão para descrever as variáveis e, para testar a diferença significativa entre as médias das âncoras, foi utilizada uma ANOVA de um fator e comparações múltiplas com ajuste de Bonferroni como post-hoc. Os resultados encontrados indicam que a âncora que obteve o valor mais alto foi Desafio Puro, com valor médio de 5,1, seguida pela âncora Competência Técnica, com 4,8 e Dedicação a uma causa, com 4,6. É possível ver que Empreendedorismo apresentou a menor média e apresentou pouca variabilidade: 2,7 com um desvio padrão de 1,0. As âncoras Desafio Puro e Dedicação a uma causa predominam, ambas com 30,8% do total, seguidas por Competência Técnica/Funcional com 23,1%. Empreendedorismo foi a única âncora que não foi a maior em nenhum caso. Estes achados poderão contribuir para o entendimento das motivações e preferências de executivos e gerentes de futebol nos clubes, além de subsidiar as análises de aderência dos perfis aos cargos e funções assumidas para uma gestão profissional.

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